As declarações do deputado estadual André Fernandes (PSL), ao reafirmar possíveis ligações de colegas parlamentares com organizações criminosas, incendeiam os bastidores da Assembleia Legislativa e colocam sob suspeita a trajetória e a vida de quem hoje ocupa uma das 46 cadeiras no Parlamento cearense.
A denúncia é grave, muito grave! Torna-se ainda mais grave por ter sido reafirmada por quem a fez ao desfilar, em seus primeiros dias de mandato, pelos corredores da Assembleia Legislativa. André, ao por em dúvida o comportamento ético e moral de colegas deputados, sem apresentar provas e dados concretos, joga lama sobre todo o Poder Legislativo.
Jovem, com pouco mais de 20 anos de idade, André Fernandes, campeão de votos em 2018, quando recebeu o apoio de 109.742 eleitores para conquistar uma vaga na Assembleia Legislativa, chegou como novidade, sabe usar bem as redes sociais para prestar contas dos seus atos e ações e, ao falar sobre supostos vínculos entre grupos criminosos e membros do Parlamento Estadual, ganha ainda mais holofote. André precisa, porém, mostrar que não está jogando palavras ao vento.
Sejam quais forem os desdobramentos das declarações de André Fernandes, o caso tem um caminho: o Conselho de Ética Parlamentar, que tem, entre as suas atribuições, a missão de “zelar pelo funcionamento harmônico e pela imagem do Poder Legislativo, na forma do Código de ética e da legislação pertinente”, e, por exemplo, “autuar e instruir processo disciplinar contra Deputado, tipificar a infração cometida, que importem em sanções que devam ser submetidas a julgamento”.
Como, para toda ação, existe uma reação, lideranças do PSDB, MDB, PP, PP, PC do B, SD e PT cobram a André Fernandes que mostre as provas sobre as denúncias que fez e, caso nas as apresente, sofra as penalidades que impõe o Regimento Interno do Poder. Aqui, não cabe clima de abafa, nem de silêncio, mas sim de esclarecimento. Para o bem do Legislativo e dos cearenses!