Candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro se mantém na liderança das pesquisas de intenções de votos e, na noite dessa terça-feira, atingiu seu maior patamar de preferência do eleitorado, com 32%, segundo pesquisa Datafolha. Os jornalistas Luzenor de Oliveira e Beto Almeida analisaram a possibilidade da disputa presidencial terminar já no primeiro turno das eleições, marcado para o próximo domingo, 7 de outubro, dentro do Bate Papo Papo Político desta quarta-feira, 3, do Jornal Alerta Geral (Rádio FM 104.3 – Expresso Grande Fortaleza + 26 emissoras no Interior).

O jornalista Beto Almeida destacou que os discursos de Jair Bolsonaro chamam atenção justamente pelo fato do candidato do PSL considerar que a disputa presidencial pode terminar já no primeiro turno com sua eleição. Para Beto, as manifestações #EleNão, ocorridas no último sábado, 29, contra Bolsonaro podem tem sido um tiro no pé dos opositores do ex-capitão de Exército, já que os protestos acabaram aumentando o sentimento de antipetismo entre uma parte do eleitorado brasileiro.

Beto explica que, para uma parte dos brasileiros, o movimento de sábado não foi contra a homofobia e misoginia do candidato Bolsonaro, mas sim um movimento ideológico e político organizado pelo PT pelo “ele sim” para o candidato do partido, Fernando Haddad.

Outra consequência contrária do esperado pelos organizadores dessas manifestações, para o jornalista, é a redução da rejeição de Bolsonaro em todos os segmentos do eleitorado feminino, que representa 52% dos brasileiros aptos a votar no próximo domingo. Além disso, Beto ressalta que Bolsonaro ainda cresceu na região Nordeste e entre as classes mais pobres, redutos eleitorais históricos do lulismo e do PT.

Para o jornalista Luzenor de Oliveira, a possibilidade de Bolsonaro vencer a disputa presidencial deste ano já no primeiro turno, no entanto, é uma realidade um tanto distante, já que Bolsonaro teria que atrair boa parte dos votos dos adversários para conseguir obter mais de 50% dos votos válidos.

A pesquisa Datafolha divulgada nessa terça mostrou os seguintes números: Jair Bolsonaro (PSL), com 32% – crescimento de quatro pontos percentuais em relação a última pesquisa -, Fernando Haddad (PT), em segundo lugar, com 21%, Ciro Gomes (PDT), que disputava o campo da esquerda com os petistas desde o início do ano, se manteve com 11%, empatado tecnicamente com Geraldo Alckmin (PSDB), que oscilou de 10% para 9%.

Na sequência, aparecem: Marina Silva (Rede), com 4%, João Amoedo (Novo), com 3%; e Álvaro Dias (Podemos), Henrique Meireles (MDB) e Cabo Daciolo (Patriota), com 2%. Guilherme Boulos (PSOL), Vera Lucia (PSTU), Eymael (DC), João Goulart Filho (PPL), não pontuaram. O Datafolha entrevistou 3.240 eleitores de 225 municípios nesta terça. A margem de erro do levantamento é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

Rejeição de Haddad cresce

Os jornalistas Luzenor de Oliveira e Beto Almeida também analisaram a rejeição crescente de Fernando Haddad (PT), que subiu de 32% para 41% entre os dois últimos levantamentos Datafolha. Para Luzenor, a rejeição crescente de Haddad se deve também as novas denúncias contra os ex-presidentes petistas Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff e contra o próprio PT. Para o jornalista, é pouco provável que essas informações não tenham atingido a imagem de Haddad.

Beto lembra ainda que Lula, assim como provou ter um forte poder de transferência de votos, também tinha um rejeição alta quando estava na condição de pré-candidato do PT à Presidência, o que também pode ter sido transferido para Haddad no decorrer da campanha.

Confira no player abaixo o Bate Papo Político na íntegra! Os jornalistas Luzenor de Oliveira e Beto Almeida ainda comentaram sobre a campanha do Outubro Rosa, que busca conscientizar as mulheres sobre o câncer de mama. Além disso, os dois conversaram sobre a pesquisa Datafolha que mostrou que, para 51% dos brasileiros, o ex-presidente Lula deve continuar preso.

BATE PAPO 03.10.2018