A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) deu uma rasteira na Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que prevê alterações na Previdência Social. A medida é a principal pauta do governo do presidente Jair Bolsonaro e, com a inversão da pauta na reunião dessa segunda-feira (15) – que pode ser considerada mais uma derrota – os deputados de oposição ganham mais fôlego para alterar a projeto inicial.
A votação, que aprovou a PEC do Orçamento Impositivo, só foi possível após uma inversão de pauta apoiada pela maioria da comissão. O bloco de oposição, do centrão e até mesmo do partido do presidente, o PSL, foram responsáveis pela alteração da agenda inicial, que previa a votação prioritária par a reforma da Previdência. A PEC segue agora para uma comissão especial antes de ser encaminhada ao plenário da Câmara.
No Bate Papo Político desta terça-feira (16), no Jornal Alerta Geral (Rádio FM 104.3 – Expresso Grande Fortaleza + 26 emissoras no Interior), os jornalistas Luzenor de Oliveira e Beto Almeida apontaram o que consideram “mais uma atrapalhada do governo”. Segundo Beto Almeida, a proposta poderia ser facilmente debatida no mesmo dia em que foi aprovado o Orçamento Impositivo, desde que houvesse articulação política.
Luzenor de Oliveira destacou, também, a falta de articulação política do governo de Jair Bolsonaro. Após a reunião, o líder do governo na Câmara, Major Vitor Hugo (PSL-GO), informou que a votação da proposta ficaria para a próxima semana. O deputado deu a declaração após participar de uma reunião com os líderes partidários. Segundo ele, a decisão ficou para a próxima segunda-feira (22) ou para terça (23). Para Luzenor, a sensação que fica é que a oposição ao governo parte do próprio governo:
A sensação que fica é que a maior oposição ao governo federal está dentro do próprio governo federal. A maioria dos aliados resolveram apoiar a PEC do Orçamento. Ao inverter a ordem de votação, a Reforma passa a ficar em segundo plano. O governo vai trabalhar com a agenda de uma semana de atraso.