Beneficiando cerca de 62 milhões de pessoas durante a pandemia, o auxílio emergencial tem sido o sustento de muitas famílias que ficaram sem renda devido ao fechamento do comércio e a suspensão das atividades econômicas. Apesar disso, muitos também foram contemplados de forma indevida, por exemplo, ocupando cargos públicos, como milhares de militares, segundo apontou um levantamento do Ministério da Defesa.

No Bate-Papo político desta terça-feira (15), dentro do Jornal Alerta Geral (104.4 Expresso FM + 107.5 Agora FM + Redes Sociais), os jornalistas Luzenor de Oliveira e Beto Almeida repercutiram o assunto e teceram comentários acerca do balanço do Ministério da Defesa que revelou o número de 50 mil militares que foram beneficiados de maneira irregular pelo auxílio emergencial.

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Em sua fala, o jornalista Luzenor de Oliveira diz que os números ainda são parciais com relação aos dados finais que serão publicados pelo Ministério da Cidadania ao fim de todos os ciclos de repasse do auxílio emergencial. Dos pouco mais de 50 mil militares que receberam o benefício de modo irregular, cerca de 43 mil devolveram o dinheiro, mas 7 mil ainda não fizeram a devolução como recomendado pelo Tribunal de Contas da União e pelo Ministério Público.

Ao comentar o tema, Beto Almeida destaca uma declaração do Ministério da Defesa onde o órgão ressalta que a maior parte dos militares que receberam o auxílio não fizeram solicitação, mas receberam por estarem cadastrados no Bolsa Família ou CadÚnico. Ele afirma: “Só ai você já percebe a irregularidade que existia e a fragilidade na fiscalização dos recursos públicos”

“Se o governo ainda não decidiu o que vai fazer se vai criar um auxilio emergencial porque termina agora em dezembro. E aí? Será que nós vamos continuar com essas fragilidades com esses problemas acontecendo, com pessoas recebendo indevidamente o que virá por aí, mas principalmente quem consumiu, quem ganhou esse dinheiro indevidamente, não vai devolver o resto”, afirma Beto.

Luzenor afrma que “Talvez esta seja a maior mancha no auxílio emergencial” ao se referir a concessão irregular do benefício para quem não precisa. Ele pontua que o programa de socorro financeiro foi instituído para salvar o orçamento doméstico de milhões e milhões de brasileiros e diz ainda que o auxílio injetou cerca de R$ 10 bilhões na economia cearense com as parcelas. Ele declara que mesmo com a redução ainda é um dinheiro essencial.

“O governo cortou pela metade, 300 reais , e mesmo assim esse dinheiro é importante na vida de quem nada tem do ponto de vista de renda ou pouco tem para garantir o mínimo de alimentação dentro de casa e teve também o auxílio emergencial um papel de extrema relevância, para sustentar milhões e milhões de empregos no Brasil”

Por fim, Beto Almeida pontua novamente a importância do auxílio emergencial para milhões de famílias que foram prejudicadas pela pandemia, sobretudo, aquelas que dependiam unicamente do mercado informal, o qual foi duramente afetado pelo período de inatividade econômica.

“Foi uma medida tomada as pressas. mas foi extremamente benéfica para a economia, extremamente benéfica para quem vive no mercado informal que não tinha uma renda extra e que acabou tendo que ficar literalmente sem uma ocupação principalmente no período mais crítico da pandemia que foram os meses de abril e maio e gente veio até hoje os efeitos benefícios desta medida como um todo para a economia. Que inclusive, o comercio, supermercados já dizem que vão sentir falta, já tão prevendo uma queda se a partir e janeiro não houver anda que substitua o auxílio emergencial”