Há poucos dias do fim do mutirão de recadastramento biométrico promovido pelo Tribunal Regional Eleitoral no Centro de Eventos do Ceará, cerca de 450 mil eleitores fortalezenses ainda não realizaram o processo de quitação com a Justiça Eleitoral e correm o risco de sofrer prejuízos com a invalidação do título. A situação foi destaque no Bate-Papo político dentro do Alerta Geral desta segunda-feira (25).
O alto número de pessoas que ainda não realizaram o processo biométrico preocupa as autoridades da Justiça Eleitoral, que alertam para o fim do mutirão no dia 29 de novembro. Após isto, os eleitores ainda não cadastrados terão que buscar postos biométricos espalhados pela cidade, porém, com uma capacidade de atendimento bem menor.
Desde o início da ação promovida pelo órgão eleitoral, filas quilométricas se formaram em frente ao Centro de Eventos e os fortalezenses tiveram de esperar por muita horas para conseguirem atendimento. Em sua fala, o jornalista Luzenor de Oliveira declara que o TRE deveria ter realizado outros mutirões para mobilizar maior atenção dos eleitores da capital cearense:
O TRE foi lento, a Justiça Eleitoral foi desacelerada nessa mobilização e hoje, há pouco menos de dez dias para conclusão desse período, desse prazo para atualização da biometria, nós temos mais de 400 mil fortalezenses sem essa biometria. A Justiça Eleitoral dormiu no ponto!
Em contrapartida, o jornalista Beto Almeida discorda ao afirmar que o órgão fez todo esforço para que a população pudesse manter-se em dias com a Justiça Eleitoral e que as pessoas foram irresponsáveis por não terem conseguido se programar com antecedência:
Eu discordo dessa sua visão, eu acho que o TRE do ceará, justiça feita, colocou todos os meios disponíveis e a facilitação poderia existir para o eleitor ir em busca de fazer a biometria. Tudo quanto foi de shopping center nessa cidade, ônibus volante, todas ações muito bem pensadas
Beto destaca que talvez tenha faltado um certo sentido de urgência por parte do órgão que não conseguiu transmitir essa ideia ao eleitor, mas que todo o processo de divulgação foi bem feito, entretanto, a população acabou negligenciando e acreditando que “ainda faltava muito tempo”.
Não venha me dizer que o TRE falhou, não falhou. Falhou o eleitor, o eleitor de Fortaleza foi irresponsável, foi negligente.
Defendendo a culpabilidade da Justiça Eleitoral pelas longas filas registradas e o transtorno de muitos fortalezenses que precisavam realizar sua atualização biométrica, o jornalista Luzenor de Oliveira resguarda o eleitor e reafirma a falta de sensibilidade por parte do TRE:
A Justiça eleitoral falhou, não apenas o Tribunal Regional Eleitoral, mas também o Tribunal Superior Eleitoral. NO momento em que o TRE observou que tinha baixa adesão então caberia a esse Tribunal Regional Eleitoral ir buscar os eleitores…com campanhas mais intensas, saindo técnicos do Tribunal Regional Eleitoral do ar condicionado para trabalhar nas ruas.
O prazo nacional estabelecido para o fechamento do cadastro é no dia 06 de maio de 2020, quando a Justiça Eleitoral irá encerrar o atendimento aos eleitores para preparar a eleição, contudo, muito antes disso os títulos serão cancelados levando a prejuízos como a não emissão de passaporte e impossibilitando a participação em concursos públicos.
Depois de 6 de maio, o eleitor que não estiver com o título normalizado fica impedido de votar nas eleições de outubro de 2020.