As queixas contra os serviços prestados pela Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) são constantes e a companhia continua sendo alvo de reclamações por parte dos usuários. No Bate Papo Político do Jornal Alerta Geral desta sexta-feira (17), os jornalistas Luzenor de Oliveira e Beto Almeida discutiram sobre os problemas nos serviços prestados pela Cagece e na comunicação da companhia com a população.

Um exemplo da situação de insatisfação é o morador do Conjunto Ceará, José Maria, que cobrou explicações da companhia após receber em uma residência a cobrança da conta de água mesmo que seu consumo esteja dentro do padrão de isenção estabelecido pelo Governo Estadual como medida para diminuir os impactos da pandemia do novo coronavírus.

Mesmo consumindo menos de 10m³ de água por mês, quantidade de consumo limite para obter a isenção, o consumidor foi informado que não seria beneficiado com a suspensão do pagamento da tarifa. “Essa decepção não é isolada”, diz o jornalista Beto Almeida ao comparar a situação do morador com a de outros milhares de cearenses que também consomem até 10m³ de água por mês e que estavam na expectativa de ser isentos.

Beto explica que o decreto do Governo do Estado, que vale desde o dia 1º de abril para as residências que tem um consumo de até 10m³ de água, afirma ser necessário que o imóvel esteja dentro do chamado ‘padrão básico’.

“Então não basta fazer o esforço de economizar e consumir 10m³ de água, é preciso que a sua residência, que o seu imóvel esteja dentro do que o Governo e a Cagece consideram como padrão básico” explica o jornalista.

De acordo com o texto publicado no Diário Oficial do Estado no dia 3 de abril, o Governo Estadual decreta:

“Conceder isenção da tarifa de água e esgoto de consumidores residenciais de municípios assistidos pela Companhia de água e Esgoto do Ceará – Cagece, que se enquadrem no padrão básico, observado o limite de consumo de 10 (dez) m³/mês, ficando também os consumidores residenciais do padrão básico e regular isentos do pagamento da tarifa de contingência a que se refere o art. 46 da Lei Federal n.º 11.445, de 2007”

De acordo com a Cagece, um imóvel de construção padrão básico deve possuir as seguintes características:

  • Piso terra batida, tijolo rejuntado, cimento morto ou cimentado liso;
  • Construção: Taipa, tijolo ou madeira conglomerada;
  • Inexistência de jardim ou horta, forro, garagem, abrigo ou área destinada a veículo;
  • Área coberta entre 01 e 50m².

Beto ainda ressalta que houve uma falha de comunicação entre o Governo e a Cagece com a população, pois não houve clareza no repasse da informação e ocorreu o entendimento que aquele que estivesse dentro do padrão de consumo de 10m³ mensais seria contemplado pela isenção da tarifa de água.

Insatisfação em Tauá

Em Tauá, cidade localizada na Região do Inhamuns os moradores também apresentam queixas contra a Cagece. Falta de água e ruas alagadas por falta de saneamento básico são alguns dos problemas relatados entre a população.

De acordo com o correspondente do Jornal Alerta Geral, Alverne Lacerda, em sua participação nessa quinta-feira (16), um morador da Rua Daniel Caracas, em Tauá, se mostrou insatisfeito com a Cagece após receber uma conta da companhia referente ao mês de maio no valor de R$ 320,12, porém no mês de abril o valor era de R$ 75,98.

Na conta, o aumento foi justificado como sendo referente a taxa de esgoto, porém, segundo as informações, a rua não possui rede de coleta de esgoto. Em nota encaminhada ao Jornal Alerta Geral ainda nessa quinta-feira (16), a Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) informou que a conta do cliente será avaliada e, caso seja constatado qualquer divergência no valor cobrado, será feito o refaturamento.

Confira na íntegra o Bate Papo Político do Jornal Alerta Geral: