Após dias de folia para uns e descanso para outros, alguns brasileiros e entre eles muitos cearenses, não conseguiram relaxaram totalmente, pois, ainda permanecem com a incerteza de quando terão seu pedido de benefício aprovado pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
A preocupação que atinge milhares de cearenses, foi um dos assuntos que ganhou destaque no Bate Papo Político do Jornal Alerta Geral desta Quarta de Cinzas (26), com os jornalistas Luzenor de Oliveira e Beto Almeida.
Mesmo com a digitalização dos processos de pedidos de benefícios, Luzenor ressalta que a fila, agora virtual, ainda é grande e mais de 2 milhões de segurados ainda aguardam uma resposta da solicitação feita para pedidos de aposentadoria por invalidez, rural, para auxílio doença, auxílio maternidade, entre outros.
“São muitos benefícios solicitados e pouca ação do INSS para atender aos segurados”, enfatiza Luzenor.
Beto aponta que a própria Procuradoria da República colocou em dúvida os dados referentes à fila de esperado do INSS. Segundo o jornalista, o fato da Procuradoria colocar em questão essas informações, significa dizer que os dados podem ser maiores do que estes que são anunciados, ou seja, a fila de espera pode ser ainda maior.
“Por que está maior? Porque desde que começou a se tornar público esse problema, o Governo diz que vai tentar resolver, que vai contratar servidores do INSS aposentados, que vai contratar militares, mas até agora nada de concreto. Na prática, ninguém está tento ainda os seus benefícios analisados”, diz Beto.
Luzenor relata que ouviu de uma servidora do INSS o seguinte questionamento: “de que adianta digitalizar se a análise desses processos é feira pela mão humana e se o INSS perdeu ao longo dos últimos 2 anos quase 10 mil servidores?”. O jornalista aponta que cálculos indicam que o INSS tem hoje 19 mil vagas a serem ocupadas.
“Os segurados querem resposta do INSS e hoje, infelizmente, não encontram o conforto de receber uma resposta com mais agilidade do pedido de aposentadoria”, salienta Luzenor.
A pouco mais de um mês, o Governo Federal anunciou a contratação de militares da reserva para reforçar o atendimento nas agências do INSS e a possibilidade de contratação de servidores da Previdência aposentados para reduzir o estoque de pedidos de benefícios em atraso.
Diante da situação atual, Beto diz enfaticamente que na “prática nada saiu do papel” e questiona qual deve ser a conduta do segurado que já deu entrada no pedido de benefício e aguarda a resposta. O jornalista usa como exemplo o caso de mulheres que aguardam a mais de 45 dias a concessão do auxílio maternidade e responde a sua própria indagação.
“Só tem uma saída, judicializar. Quando eu digo ‘judicializar’, é ir à Justiça, é fazer valer o seu direito. Não tem conversar […] A Constituição estabelece isso, se tem lei dizendo que o INSS não pode passar de 45 dias sem dar uma reposta, seja positiva ou negativa, se não veio, tem que ir para a Justiça”, orienta Beto.