O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) indicou, nessa terça-feira, 6, que nomeará um diplomata de carreira para Ministério de Relações Exteriores. “Poderia botar, por exemplo, um general nas Relações Exteriores, mas isso não vai acontecer. Vou botar alguém do próprio Relações Exteriores”, afirmou Bolsonaro após encontro com o comandante da Marinha, almirante Leal Ferreira, em Brasília. A equipe de transição enfrenta tensões na área internacional, com a possibilidade de crises antes mesmo de sua posse.

O futuro presidente comprou briga com países do mundo árabe ao prometer durante a campanha, e reforçar a ideia depois de eleito, que transferirá a Embaixada do Brasil em Tel Aviv para Jerusalém. Com a medida, ele pretende fazer um aceno ao governo de Israel e ao eleitorado evangélico.

Nesta terça, no entanto, o capitão reformado afirmou que a alteração “não está decidida”, após ser questionado sobre o cancelamento de um compromisso diplomático com o Brasil pelo Egito, em aparente retaliação ao plano, que alimentou temores de boicote comercial. “Pelo que eu vi, é questão de agenda [do governo egípcio]. Acho que seria prematuro um país anunciar uma retaliação sobre uma coisa que não está decidida ainda”, disse.

“Não é um ponto de honra essa decisão. Agora, quem decide onde é a capital de Israel é o povo, o Estado de Israel. Se eles mudaram de local…”. Mais cedo, na saída de conversa no Ministério da Defesa, o presidente eleito se irritou ao ser indagado pela Folha a respeito do cancelamento pelos egípcios: “Não, outro assunto, outra pergunta aí”, pediu.

Com a insistência dos repórteres, repetiu a solicitação para mudar de assunto — em vão — e anunciou que iria embora, dando as costas aos jornalistas. Bolsonaro não divulgou nomes de novos ministros, além dos cinco já confirmados, durante o dia de compromissos na capital federal. Reiterou estar em busca de pessoas com perfil técnico, que sejam da área da pasta, tenham experiência e sejam patriotas. Segundo ele, a equipe completa será anunciada até o fim deste mês.

Com informações do Jornal Folha de São Paulo