O presidente Jair Bolsonaro mudou, nesta quarta-feira (28), a justificativa para ter vetado o projeto de lei que obrigava os planos de saúde a cobrirem tratamentos domiciliares com medicamentos de uso oral contra o câncer. Na terça-feira, Bolsonaro havia dito que foi “obrigado” a tomar a medida porque não houve indicação de fonte de recursos — apesar da proposta tratar de gastos privados. Agora, afirmou que “onerar drasticamente” os planos de saúde.
— Igual o tratamento de câncer, diz que eu vetei. O pessoal: “ah, você está contra o tratamento de quem tem câncer. Pessoal, ia onerar drasticamente os planos privados de saúde. Se eu sanciono isso, onera lá na ponta da linha. Quando aumenta os planos privados, o pessoal vem para cima de mim de qualquer maneira — disse o presidente, em conversa com apoiadores no Palácio da Alvorada.
Em mensagem enviada ao Senado para justificar o veto integral da proposta, o governo apontou que haveria “risco do comprometimento da sustentabilidade do mercado de planos privados de assistência à saúde, o qual teria como consequência o inevitável repasse desses custos adicionais aos consumidores”. O veto atendeu a sugestão do Ministério da Saúde.
Entretanto, na terça-feira, também em conversa com apoiadores, Bolsonaro havia dito que o projeto não continha a “fonte de custeio”:
— Ontem eu vetei um projeto muito bom. Fui obrigado a vetar. Por que? Quando o parlamentar não apresenta fonte de custeio, se eu sancionar, estou incurso em crime de responsabilidade. Daí eu veto, apanho porque vetei. Falta de conhecimento do pessoal — afirmou.
(*) Com informações O Globo