Após 24 dias de internamento devido a um ataque a faca, durante campanha em Juiz de Fora (MIG), o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) receberá alta hospitalar neste sábado, com a missão de apagar o fogo em sua campanha, em parte protagonizada pelo seu candidato a vice-presidente general Hamilton Mourão, que entre outras declarações polêmicas se posicionou contra o 13º salário.
Bolsonaro também tem sofrido ataques dos principais órgãos de imprensa do pais, entre eles a Folha de São Paulo, Rede Globo e Revista Época, que potencializaram acusações feitas por sua ex-esposa há 10 anos. Com isso o candidato viu sua campanha estagnar no primeiro turno, e vê seu principal adversário, Fernando Haddad (PT), se aproximar perigosamente.
Bolsonaro teve que desautorizar seu vice em sua ultima declaração sobre o 13º salário. “O 13º salário do trabalhador está previsto no art. 7 da Constituição em capítulo das cláusulas pétreas (não passível de ser suprimido sequer por Proposta de Emenda à Constituição). Criticá-lo, além de ser uma ofensa a quem trabalha, confessa desconhecer a Constituição.”
Mourão foi vetado de participar de debates e passou a ter os passos monitorados pela equipe da campanha. Um dos assessores foi até agressivo: “É preciso colocar uma focinheira na boca dele, se transformou em um cara imprevisível. Mas ficou acertado que vai permanecer calado”.
Mourão já havia se pronunciado sobre pelo menos dois assuntos bombas — o risco maior de filhos criados por avós e mães entrarem para o tráfico e a possibilidade de uma Constituição sem participação popular.
O general é, hoje, o maior problema do candidato do PSL, mas também não deixa de ser o reflexo de uma equipe de campanha sem hierarquização. A expectativa é de que, com a saída de Bolsonaro do hospital, prevista para hoje, o rumo da corrida seja retomado a uma semana da eleição.
Hoje, a campanha de Bolsonaro tem três núcleos. O primeiro é formado pelos filhos do capitão reformado, que estavam mais próximos dele durante o período de internação pós-atentado. O segundo agrupa os políticos propriamente, entre eles, os deputados Major Olímpio (PSL-SP) e Onix Lorenzoni (DEM-RS), além do presidente do partido, Gustavo Bebianno. O terceiro, com sede em Brasília, é chefiado pelo general Augusto Heleno.
Outro integrante do núcleo colocado de molho na última semana foi o economista Paulo Guedes, depois de sugerir o retorno da CPMF, o imposto sobre movimentações financeiras, e a redução da alíquota de imposto de renda para 20%, o que favorecia os mais ricos. Nos bastidores, a história do fim do 13º salário é colocada como tema de uma conversa entre Guedes e Mourão antes das declarações do general no Rio Grande do Sul, na quarta-feira.
Com informações do Correio Braziliense