O dinheiro que irriga o bolso de 62 milhões de brasileiros atingidos diretamente pela pandemia do coronavírus e que evitou demissões em massa está sendo convertido em popularidade para o presidente Jair Bolsonaro. Os índices de aprovação de Bolsonaro, que o deixam como forte cabo eleitoral de candidatos a prefeito no dia 15 de novembro, saíram de 29% em dezembro do ano passado para atuais 40%, de acordo com pesquisa do Ibope contratada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

A pesquisa, divulgada, nesta quinta-feira, mostra que, para 29% dos entrevistados, o governo tem uma avaliação negativa – há nove meses 38% dos brasileiros consideravam a administração ruim ou péssima. O Ibope ouviu, por telefone, 2 mil pessoas em 127 municípios no período de 17 a 20 de setembro. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos porcentuais para mais ou para menos.

Ao serem questionados sobre o estilo do presidente Bolsonaro de governar, 50% dos entrevistados disseram aprová-lo, o que significa um aumento de 9 pontos em relação à sondagem anterior.
Os números do Ibope mostram – mais uma vez, que o presidente Bolsonaro está imune, até o momento, às críticas da oposição que atribuem ao Governo Federal a falta de ações organizadas para o combate à pandemia do coronavírus. Bolsonaro, de acordo com o retrato da pesquisa do Ibope, também, não é afetado pelas denúncias sobre omissão no enfrentamento das queimadas na Região Amazônica.

TURBULÊNCIA E POPULARIDADE

Entre janeiro e setembro deste ano, o Brasil parou com a pandemia da Covid-19 o que obrigou o Governo Federal a instituir o auxílio emergencial, contemplando, entre os meses de abril e agosto, 62 milhões de pessoas com uma renda mensal de R$ 600,00. A renda era o dobro para mães solteiras e chefes de família. O auxílio está mantido até dezembro, mas o desembolso, a partir de setembro, tem parcelas mensais de R$ 300,00. A medida está oficializada pelo Governo Federal e poderá será alterada no Congresso Nacional.

A turbulência enfrentada pelo Palácio do Planalto, tanto na área sanitária quanto na econômica – o País registra altos índices e desemprego, continua, mas com o auxílio emergencial a travessia da crise tem sido menos traumática para quem, embora desempregado ou sem renda, garantiu o mínimo para garantir a alimentação dentro de casa.

CABO ELEITORAL

A pesquisa do Ibope, divulgada a três dias do início da propaganda eleitoral dos candidatos a vereador e a prefeito, deixa o presidente Jair Bolsonaro como um dos principais cabos eleitorais da corrida pelas Prefeituras, principalmente, dos grandes centros urbanos. Bolsonaro está sem partido – ele abandonou o PSL após conflitos com a cúpula nacional da sigla, e deverá manifestar apoio não apenas a antigos aliados da agremiação que o levou ao Palácio do Planalto, mas, também, a candidatos ligados aos partidos que apoiam a administração federal. Em Fortaleza, por exemplo, aliados do presidente Bolsonaro estão no palanque do candidato do PROS à Prefeitura de Fortaleza, Capitão Wagner.