A carteira de crédito do Bradesco dirigida ao agronegócio deve crescer 12% neste ano, mais que os 8% apurados em 2016 na comparação com 2015. O superintendente de Agronegócios do banco, Rui Pereira Rosa, disse à coluna que a previsão é emprestar ao setor R$ 24,6 bilhões, entre crédito rural com taxas subsidiadas, recursos com juros de mercado e linhas financiadas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O aumento deve ser puxado pela maior oferta de recursos livres com taxas de mercado, provenientes das Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs). Se em 2016 esse dinheiro representava 16% da carteira do banco para o setor, neste ano deve contribuir com 24% e chegar a R$ 6 bilhões, de acordo com Rosa. “Neste ano-safra, queremos, no mínimo, dobrar a emissão de LCAs, que foi de R$ 8 bilhões em 2016/2017.”

LCA salva a lavoura. O executivo do Bradesco disse que o volume maior de LCAs será necessário para compensar o que deixou de ser atendido por depósitos à vista e poupança, de onde provém a verba para o crédito rural. Assim, as linhas com recursos obrigatórios devem perder participação no bolo do Bradesco. Correspondiam à metade em 2016. Este ano devem cair para 45%.

No vácuo da JBS. A Marfrig disse estar avaliando a possibilidade de reabrir um frigorífico que arrenda em Nova Xavantina, sudeste de Mato Grosso. Se efetivada, a medida aproveitaria o “vácuo” deixado pela JBS, maior empresa do setor no País e que reduziu muito seus abates, com a recusa do pecuarista em receber o pagamento a prazo proposto pela companhia.

Na torcida. O prefeito de Nova Xavantina, João Batista Vaz da Silva (PSD), é um dos que mais torcem pela reabertura da planta da Marfrig, o que ajudaria a reduzir a concentração da JBS em Mato Grosso. Ele contou que os pecuaristas do sudeste do Estado, no eixo da BR-158, hoje só dispõem de três abatedouros: todos da JBS.

Arrumando a casa. Com as turbulências recentes na pecuária, o governo federal vai reformar o processo de fiscalização sanitária. O secretário de Defesa Agropecuária, Luiz Rangel, promete apresentar em até 60 dias proposta de mudança na lei, provavelmente por medida provisória.

E rápido. Rangel conta que o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, exigiu celeridade. “Temos carta branca. É uma emergência não deixar o agronegócio penar em função de nossas deficiências”, disse o secretário.

Obstáculos. O ministro Blairo Maggi (foto) comprou briga com fiscais agropecuários ao propor a contratação temporária de funcionários terceirizados, entre eles veterinários, para reforçar a fiscalização. “Não temos como acompanhar o crescimento do Brasil simplesmente fazendo concurso público.”

Sem orçamento. Os fiscais exigem que as contratações sejam feitas por concurso público, para 1.600 vagas, que está previsto em projeto que tramita no Ministério do Planejamento. A falta de verba, porém, emperra o processo.

Barter ganha espaço. A fabricante de sementes e defensivos Bayer pretende aumentar este ano em 25% o volume de crédito agrícola concedido por meio de barter (troca de insumos por grãos). Em 2016 o montante já foi 50% superior ao concedido em 2015.

Na liderança. O diretor de Operações Estruturadas da empresa, Eduardo Roncaglia, afirmou que o barter já é a principal ferramenta de crédito usada pela companhia para vender seus produtos, seguida dos CRAs (Certificado de Recebíveis do Agronegócio) e do crédito rural oferecido pelos bancos.

Anuga aqui. O Brasil terá uma versão da maior feira de alimentos e bebidas do mundo, a Anuga, realizada em Colônia, Alemanha. A organizadora Koelnmesse iniciou uma série de reuniões com possíveis expositores da “Anufood Brazil”. O evento já tem data: de 12 a 14 de março de 2018, no Pavilhão Imigrantes, em São Paulo (SP).

Pente fino. Fonte diz que o Ministério da Agricultura examinará com lupa as operações que a Conab está fazendo para estimular a comercialização de milho. A decisão veio após reclamações sobre vendas casadas de insumos em operações relacionadas aos leilões de PEP e Pepro. “Se tiver denúncia com fundamentos, vamos suspender pagamentos a essas empresas”, avisou.

Faltaram caju e manga. A embaixada do Brasil em Londres faz sucesso quando serve pão de queijo, coxinha e empadinha. Mas na apresentação do diretor da Organização Internacional do Café, o brasileiro José Sette, semana passada, deixou a desejar ao oferecer refrigerante e suco industrializado. Perderam a oportunidade de incluir sucos naturais do País, reclamou um convidado.

Com informações O Estado de São Paulo