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Os dados são alarmantes: em uma década, entre 2014 e 2023, o Brasil registrou 22 mil e 200 internações e uma média anual de 585 amputações de pênis. O câncer de pênis é um tipo de tumor raro e, quando diagnosticado tardiamente, pode ser fatal.

Os números do Ministério da Saúde, obtidos pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), revelam que, nesse período – 2014-2024, 4.500 pessoas morreram devido à doença. A falta de higiene é um dos fatores que contribuem para o surgimento do tumor.

DOENÇA PODE SER EVITADA

De acordo com a SBU, mesmo sendo um dos poucos tipos de câncer que podem ser prevenidos, a doença apresenta índices preocupantes, com a incidência, especialmente nas regiões Norte e Nordeste

“Muitos casos de câncer de pênis poderiam ser evitados ou tratados de maneira menos agressiva com atenção à higiene íntima e intervenções precoces’’, expõe, em declaração Folha de São Paulo, o médico Roni de Carvalho Fernandes, Diretor da Escola Superior de Urologia da SBU

Segundo ele, essas medidas não apenas contribuem para a qualidade de vida dos pacientes, mas também evitam a necessidade de amputação do pênis e reduzem o risco de morte pela doença.

FIMOSE, EXCESSO DE PELE

A boa higiene pode ser dificultada por conta do excesso de pele que cobre a glande, o que impede sua exposição e esconder alguma lesão. Membro da Disciplina de Câncer de Pênis da Sociedade Brasileira de Urologia, o médio José Calixto aponta que o excesso de pele na glande pode esconder uma lesão em fase inicial que poderia ser tratada de forma menos agressiva e mutilante.

PREVENÇÃO

A higiene adequada, a cirurgia de postectomia (remoção do prepúcio) e a vacinação contra o HPV são apontados como fatores importantes para a prevenção contra o câncer de pênis.

Ao longo do mês de fevereiro, a Sociedade Brasileira de Urologia realiza a 5ª edição da Campanha de Prevenção ao Câncer de Pênis, com alerta sobre a prevenção e tratamento precoce da doença. Serão distribuídos conteúdos nas redes sociais e realizados mutirões de postectomias em vários estados.

‘’Nosso maior objetivo com essa campanha é informar os homens que é possível prevenir e, caso ele surja, que seja diagnosticado e tratado de forma precoce, evitando a amputação do órgão’’, destaca o presidente da Sociedade Brasileira de Urologia, Luiz Otavio Torres.

CUIDADOS E ALERTAS

  • Ferida que não cicatriza;
  • Sangramento sob o prepúcio;
  • Secreção com forte odor;
  • Espessamento ou mudança de cor na pele da glande (cabeça do pênis);
  • Presença de nódulos na virilha.

FATORES DE RISCO

  • Baixas condições socioeconômicas;
  • Higiene inadequada da região íntima;
  • Fimose;
  • Infecção pelo vírus HPV (papilomavírus humano);
  • Tabagismo.

MEDIDAS PREVENTIVAS

  • Boa higiene diária do órgão, principalmente após as relações sexuais e a masturbação;
  • Hábitos de higiene devem ser ensinados aos meninos desde cedo;
  • A cirurgia de fimose é outro fator de prevenção quando a pele do prepúcio é estreita ou pouco elástica e impede a exposição da cabeça do pênis, o que dificulta a limpeza;
  • Usar preservativo é fundamental para evitar IST (infecções sexualmente transmissíveis), como o HPV;
  • Vacinar-se contra HPV (o imunizante está disponível no SUS para crianças e adolescentes de 9 a 14 anos e imunossuprimidos até os 45 anos).

(*) Com informações da SBU