Pesquisa Datafolha divulgada na noite dessa quarta-feira, 10, mostra o candidato do PSL, Jair Bolsonaro, com 58% dos votos válidos e o candidato do PT, Fernando Haddad, com 42%.

Algumas horas antes, a equipe médica que acompanha o candidato desde o abominável atentado que sofreu em 6 de setembro, recomendou mais uma semana de repouso, dizendo que não estaria autorizado a viajar. Com isso, Bolsonaro está fora dos debates de TV na Band, no dia 12, na TV Gazeta, no dia 14, na RedeTV, no dia 15, e no debate organizado pela Folha de São Paulo, UOL e SBT, no dia 17.

Caso se confirme, Bolsonaro só poderia participar do debate da Record, no dia 21, e no da TV Globo, no 26, último antes da votação e um canhão de audiência. Por conta disso, uma hashtag que criticava o candidato devido à ausência tornou-se o principal trending topic mundial no Twitter na tarde desta quarta.

O atestado médico garantiu que ele continuasse em plena campanha, postando vídeos, memes e textos nas redes sociais e aplicativos de mensagens e concedendo entrevistas e sabatinas, podendo escolher os veículos de comunicação e as condições, sem precisar ir a debates. Com isso, mantem-se ileso, criando um problema para Haddad – que precisa tirar votos dele.

Não é a primeira vez, nem será a última que o primeiro colocado nas pesquisas presidenciais falta a debates. Mas, por conta de sua condição médica, Bolsonaro conseguiu a justificativa perfeita para não precisar se desgastar em um embate no qual, do ponto de vista de sua estratégia, não teria nada a ganhar.

É uma pena porque o segundo turno é o momento para que os dois projetos de país sejam colocados, lado a lado, a fim de serem discutidos e conhecidos pelo eleitores. Para que ambos expliquem suas próprias propostas e apontem as falhas nas do adversário.

Bolsonaro e Haddad precisam detalhar como pretendem resolver o ajuste fiscal, a Reforma da Previdência, a geração de postos de trabalho, a Reforma Tributária, as políticas de segurança pública. Precisam dizer se vão continuar tocando ações básicas para a garantia da dignidade, como libertar trabalhadores escravizados, ou fecharão os olhos para isso acordos políticos em nome da governabilidade. Sem isso, a população vai entregar um cheque em branco ao eleito baseado na maravilhosa realidade das propagandas de TV ou nas certezas absolutas dos vídeos de WhatsApp.

Com informações do Portal Uol Notícias