A briga política aberta com o conflito entre lideranças do PSD e o MDB ganhou desdobramentos sem precedentes na Região dos Inhamuns, é marcada por denúncias e acusações pessoais e provoca a primeira baixa na agenda de 2020: a deputada estadual Patrícia Aguiar, ex-prefeita e principal nome do PSD na corrida à Prefeitura de Tauá, está, temporariamente, fora da disputa eleitoral.

O assunto ganhou destaque no Bate Papo Político desta terça-feira (18), entre os jornalistas Luzenor de Oliveira e Beto Almeida que comentam sobre os conflitos políticos na região dos Inhamuns.

O conflito tem como principais envolvidos o presidente da Executiva Regional do PSD, Domingos Filho, e o deputado estadual Leonardo Araújo (MDB). A briga tem origem em 2018 quando, após ser derrotado na corrida pela reeleição, o ex-senador Eunício Oliveira foi surpreendido com ações de Domingos Filho para retirar prefeitos e ex-prefeitos do MDB e filiá-los ao PSD.

A fúria de Eunício contra Domingos foi incorporada pelo deputado Leonardo Araújo. O deputado estadual Audic Mota (PSB), inimigo político da família Aguiar, embarcou, também, na briga para atacar o grupo de Domingos ao acusá-lo de estelionato no anúncio de instalação do Curso de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC) na Região dos Inhamuns.

Leonardo sofreu ataques pessoais e contra-atacou, criando constrangimentos aos familiares de Domingos e abalando a pré-candidatura de Patrícia Aguiar à prefeitura de Tauá. O emedebista, após um final de semana de agressões pelas redes sociais, promete, nesta terça-feira, um novo pronunciamento tendo como alvo principal o Presidente Regional do PSD, Domingos Filho.

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Além dos limites territoriais

Diante das polêmicas, Beto Almeida destaca que o ciclo de agressões rebaixa o nível da política na região e ainda se reflete negativamente na Assembleia Legislativa. Para o jornalista, a internet, especificamente as redes sociais potencializam o alcança das discussões, que não se limitam mais as fronteiras dos Inhamuns.

“Isso não está restrito a uma briga paroquial. Infelizmente, não está restrito aos limites territoriais dos Inhamuns, Tauá e arredores. Ela ganha (a polêmica) reflexo nesse período de redes sociais, em que as fronteiras são líquidas e não existem mais espaços físicos para delimitar que essas situações ocorram”.