Uma decisão da Justiça marca mais uma etapa da briga interna entre os grupos do senador Cid Gomes e do irmão Ciro Gomes na disputa pelo comando regional do PDT. A juíza Maria de Fátima Bezerra Facundo, da 28ª Vara Cível de Fortaleza, concedeu, na tarde desta terça-feira (10), uma tutela de urgência que suspende a Comissão Provisória nomeada pela direção nacional para dirigir a legenda. A Comissão Provisória teria mandato até o dia 31 de dezembro de 2023.

CID X ANDRÉ FIGUEIREDO

A ação foi movida pelo senador Cid Gomes que chegou a ser afastado da Presidência Regional após ser acusado pelo presidente licenciado, deputado federal André Figueiredo, de negligenciar na condução do partido no Ceará. Cid íntegra o grupo de dissidente aliado ao Palácio da Abolição.

A briga interna, que marca a divisão no PDT desde as eleições de 2022, completa um ano e, como tentativa para diminuir o racha, André e Cid fizeram um acordo para apaziguar os ânimos entre históricos e dissidentes.

Pelo acordo, Cid comandaria o PDT até o dia 31 de dezembro de 2023, quando seria realizada a eleição para escolha dos novos dirigentes estaduais.

Três meses antes de encerrar o período de três meses, Cid foi destituído porque André, com apoio de Ciro, do prefeito José Sarto e do ex-prefeito Roberto Claudio, o identificou como “agente” do Palácio da Abolição para esvaziar o PDT.

André reassumiu a presidência e, como estratégia para diminuir as tensões, e articulou com a Direção Nacional a criação de uma Comissão Provisória para assumir os rumos do PDT no Ceará. A decisão provocou a ira de Cid que, com aliados, convocou uma reunião para eleger o novo Diretório Estadual. Cid tem a maioria dos votos porque deputados estaduais e prefeitos seguem orientação do Palácio da Abolição.

DECISÃO DA JUSTIÇA

A decisão judicial determina que o PDT Nacional “se abstenha de constituir Comissão Provisória do PDT Ceará” e que, “caso essa já tenha sido indicada, que se suspenda os efeitos da indicação”. Com essa medida, Cid reassume o PDT e abre mais uma frente na briga contra Ciro, Sarto, Roberto Cláudio e André Figueiredo.

Ao final da decisão, a magistrada determina que seja oficiado ao Tribunal Regional Eleitoral no sentido de serem adotadas providências quanto ao reestabelecimento do Diretório Estadual do PDT, nos exatos termos em que se encontrava, antes de 05 de outubro deste ano corrente, ou seja, com o comando da legenda nas mãos de Cid Gomes.