A Agência Nacional de Vigilância Sanitária estima para esta sexta-feira (22), concessão da autorização para uso emergencial das unidades de Coronavac produzidas no Brasil pelo Instituto Butantan, a partir de insumos vindos da China.

Com a autorização, o presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, prevê o fornecimento de mais 4,8 milhões de doses da Coronavac para a próxima semana.

O material disponível no País para a produção de mais imunizantes, no entanto, já foi praticamente todo consumido, segundo Covas, presente em coletiva nesta quarta-feira, 20.

“Dependemos de importação de quantidades adicionais de matéria-prima”, afirmou.

Covas disse que há 5,4 mil litros de insumos para a produção de vacinas prontos na China, “que darão origem a 5 milhões de doses”. Segundo Covas, “haverá uma nova partida de 5,5 mil litros” que deverá, conforme expectativa, ser entregue em 10 de fevereiro.

Ele pediu que o governo federal auxilie as tratativas com o governo chinês para acelerar a liberação das matérias-primas, citando o presidente Jair Bolsonaro e o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo.

Tanto o presidente quanto o ministro das Relações Exteriores têm protagonizado episódios de ataque à China, que podem ter contribuído para o atraso na remessa de insumos.

Ainda segundo Covas, diante do atraso já anunciado para a liberação de insumos para a Fiocruz, que estava prevista para janeiro mas só vai ocorrer em março, as vacinas do Butantan são as únicas disponíveis.

“Isso coloca o Butantan sob a responsabilidade de ser o único fornecedor de vacinas”, disse o presidente, ao pedir novamente ajuda do governo federal.

“Espero que a promessa de 300 milhões para o Brasil seja cumprida. Essas vacinas é que vão mudar o curso da pandemia. Infelizmente, não tenho enxergado essa perspectiva. Só tenho enxergado as 46 milhões que cabem ao Butantan. Precisamos de ação das nossas autoridades para termos essas doses”, pontuou.

“Aguardamos liberação dos insumos da China para nossa produção local”, disse Covas, que afirmou depender de uma quarta instância chinesa a liberação da importação dos insumos. “Apelo ao presidente para acelerar entendimentos”, completou. Segundo o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), o País “precisa estar mobilizado para trazer os insumos da China”.

VACINAÇÃO NO CEARÁ

A vacinação no Ceará começou no último dia 18 de3 janeiro, dando inicio ao processo vacinando os grupos prioritários logo depois da chegada do imunizante.

Segundo informações divulgadas pelo governador do Estado, neste primeiro grupo, 109.160 pessoas devem receber a vacina, dentre: profissionais de saúde; pessoas com deficiência vivendo em lares de longa permanência, pessoas a partir de 60 anos vivendo em asilos e indígenas que residam em suas comunidades.

(*) Com informações da Aprece