A quantidade de eleitos e reeleitos que não precisaram dos votos da legenda partidária ou da coligação para atingir o objetivo eleitoral diminuiu em 2018 na comparação com as duas últimas eleições. Este ano, segundo o Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), foram 27 os que tiveram êxito nas urnas nessas condições, enquanto em 2014 foram 35, queda de, aproximadamente, 22,8%. Os eleitos com voto próprio em 2010 alcançou 36.
Na lista dos mais votados, 19 são novatos. Nesse grupo há quatro mulheres e 15 homens. Entre os oito reeleitos, todos também são homens. Com votação expressiva esse grupo também ajudou outros nomes de suas coligações a entrarem na Câmara Federal.
Se não houver mudança na legislação, esta foi a última eleição em que as coligações são permitidas para as eleições proporcionais – deputado federal e estadual, além de vereador, cuja vaga é disputada em eleições municipais. Isso porque o Congresso aprovou no ano passado a Emenda Constitucional (EC) 97/17 proibindo este tipo de aliança a partir de 2020.
Ainda segundo o Diap, entre os eleitos com votos próprios em 2018, um terço (9), são de partidos de esquerda, centro-esquerda e centro. São três do PT; três do PSB; um do PV; um do PSOL; e um do PROS. Os outros dois terços (18) são de centro-direita e direita. São sete do PSL; três do PSD; dois do PR; e um, respectivamente, do PSC, do PRB, do Avante; do DEM; do Novo; e do PMN.
A maioria, nesse segundo grupo, é de policiais, líderes evangélicos, parentes de políticos ou líderes de movimentos liberais como o MBL (Movimento Brasil Livre). “[Eles] Foram eleitos na esteira do que está se convencionando chamar de bolsonarismo, que surpreendeu a todos na reta final da campanha, que se encerrou no último dia 7 de outubro” avaliam os analistas do Diap.
Em números absolutos, o campeão nacional é o deputado federal reeleito Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), que obteve 1.843.735 votos. Filho do candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro (PSL), o deputado é escrivão da Polícia Federal e vai assumir seu segundo mandato.
No quesito proporcionalidade, o grande campeão de votos é o estreante João Campos. Filho do ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos e bisneto do ex-governador Miguel Arraes. Campos, com apenas 23 anos, recebeu 10,63% dos votos válidos. Foram 460.387 votos.
No Ceará, tem dois deputados federais eleitos com votos próprios: Capitão Wagner (PSL) com 303.593 votos e Célio Studart (PV) com 208.854 votos.
Saiba quem são os eleitos com votos próprios em 2018
1) Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) – 1.843.735 – reeleito – escrivão de polícia federal
2) Joice Hasselmamm (PSL-SP) – 1.078.666 J – primeira eleição – jornalista
3) Celso Russomano (PR-SP) – 521.728 – reeleito – bacharel em direito, jornalista e empresário
4) Kim Kataguiri (DEM-SP) – 465.310 – primeira eleição – ativista digital e conferencista
5) João Campos (PSB-PE) – 460.387 – primeira eleição – engenheiro
6) Tiririca (PR-SP) – 453.855 reeleito – artista circense e humorista
7) Marcel Van Hattem (Novo-RS) – 349.855 – primeira eleição – cientista político e jornalista
8) Helio Fernando Barbosa Lopes (PSL-RJ) – 345.234 – primeira eleição – subtenente do Exército
9) Marcelo Freixo (PSol) – 342.491 – primeira eleição – professor
10) Pastor Sargento Isidório (Avante-BA) – 323.264 – primeira eleição – PM e técnico em enfermagem
11) Sargento Fahur (PSD-PR) – 314.963 – primeira eleição – PM (Rotam)
12) Capitão Wagner (Pros-CE) – 303.593 – primeira eleição – PM
13) Delegado Waldir (PSL-GO) – 274.406 – reeleito – delegado de polícia civil
14) Felipe Francischini (PSL-PR) – 241.537 – primeira eleição – advogado
15) Marcelo Álvaro Antônio (PSL-MG) – 230.008 – reeleito – empresário
16) Alessandro Molon (PSB-RJ) – 227.914 – reeleito – advogado e professor universitário
17) Gleisi Hoffmann (PT-PR) – 212.513 – primeira eleição – advogada
18) Celio Studart (PV-CE) – 208.854 – primeira eleição – advogado
19) Carlos Jordy (PSL-RJ) – 204.048 – primeira eleição – servidor público federal
20) Flordelis (PSD-RJ) – 196.959 – primeira eleição – administradora
21) Josimar Maranhãozinho (PR-MA) – 195.768 – primeira eleição – empresário
22) Reginaldo Lopes (PT-MG) – 194.332 – reeleito – economista
23) Marília Arraes (PT-PE) – 193.108 – primeira eleição – advogada
24) Eduardo Braide (PMN-MA) – 189.843- primeira eleição – advogado
25) Otto Alencar Filho (PSD-BA) – 185.428 – primeira eleição – administrador
26) JHC (PSB-AL) – 178.645 – reeleito – empresário
27) André Ferreira (PSC-PE) – 175.834 – primeira eleição – bacharel em turismo
Com informações Agencia Brasil