Em março, a proporção de consumidores com contas ou dívidas em atraso reduziu -4,8 pontos percentuais, passando de 25,4% dos consumidores em fevereiro, para 20,6% neste mês. É o que aponta a Pesquisa do Endividamento do Consumidor de Fortaleza, divulgada pela Federação do Comércio do Estado do Ceará (Fecomércio-CE).

No entanto, o levantamento também revela que 71,7% dos consumidores da capital cearense possuem algum tipo de dívida. Neste mês, o índice veio +1,2 pontos percentuais acima do indicador do último mês de fevereiro (70,5%), sendo o mais elevado desde junho de 2016, quando alcançou a taxa de 73,8%.

Além disso, os problemas financeiros afetam mais os homens (21,2% dos entrevistados desse grupo afirmaram possuir contas em atraso), os consumidores do grupo com idade acima dos 35 anos (23,4%) e do estrato com renda familiar abaixo de cinco salários mínimos (22,7%).

O tempo médio de atraso é de 67 dias e a principal justificativa para o não pagamento das dívidas é o desequilíbrio financeiro, ou seja, a diferença entre a renda e os gastos correntes, citado por 54,7% dos consumidores. O segundo motivo mais citado é o adiamento por conta do uso dos recursos em outras finalidades, com 40,3%, seguido da contestação das dívidas (9,3%).

Comprometimento da renda

Os instrumentos de crédito mais utilizados pelos consumidores são: cartões de crédito, citados por 84,2% dos entrevistados; financiamento bancário (veículos, imóveis, etc.), com 13,1%; empréstimos pessoais, com 6,1%; e carnês e crediários, com 4,9%.

De acordo com a pesquisa, os consumidores utilizaram crédito para: consumo de itens de alimentação (56,5% das respostas); realização de despesas de educação e saúde (40,2%); compra de artigos de vestuário (36,2%); e aquisição de eletroeletrônicos (33,9%).

Já o valor médio das dívidas é estimado em R$ 1.420, com prazo médio de sete meses, comprometendo 36,2% da renda familiar dos consumidores com o seu pagamento.

Inadimplência potencial

Em relação à taxa de inadimplência potencial, ou seja, a proporção de consumidores que não terão condições financeiras para honrar seus compromissos, caiu -2,1 pontos percentuais, passando de 10,1%, em fevereiro, para 8,0% neste mês.

O perfil do consumidor inadimplente mostra preponderância do grupo de consumidores do sexo feminino (inadimplência potencial de 8,1%), com idade acima de 35 anos (10,3%) e renda familiar inferior a cinco salários mínimos (9,1%).

Orçamento familiar

A Pesquisa de Endividamento também mostra que 73,9% dos consumidores de Fortaleza afirmam fazer orçamento mensal e acompanhamento eficaz dos seus gastos e rendimentos, o que contribui para um melhor controle dos níveis de endividamento. Dos entrevistados, 12,9% relataram que fazem orçamento dos rendimentos, mas sem controle eficaz dos gastos e 13,2% informaram não possuir orçamento e tampouco controle dos gastos.

A falta de planejamento orçamentário é um problema crítico para o controle do endividamento, estando sempre entre um dos principais motivos para o atraso ou inadimplência. Dos fatores que os consumidores consideram que mais contribuem para esse problema, listam-se: a falta de orçamento e controle dos gastos, com 39,5%; o aumento dos gastos considerados essenciais (25,5%); as compras por impulso, sem necessidade ou além do necessário (21,2%); compras antecipadas (20,9%); redução dos rendimentos (18,8%); e facilidade de acesso ao crédito (13,2%).

Com informações G1