A Câmara Municipal de Fortaleza realizou na manhã desta sexta-feira, 27, uma audiência pública em conjunto com a Assembleia Legislativa do Estado do Ceará, para debater a política de desmonte dos bancos públicos. A iniciativa é do vereador petista, Acrísio Sena, que ao longo das últimas semanas vem tratando do tema com bastante prioridade.
O discussão ocorreu no auditório Fausto Arruda e acolheu uma variedade de entidades e políticos. Entre os parlamentares, a audiência contou com a presença da vereadora Eliana Gomes (PCdoB); vereador Iraguassú Filho (PDT); deputado estadual Renato Roseno (PSOL); deputado federal André Figueiredo (PDT); deputado federal Chico Lopes (PCdoB); além do vereador que presidiu a audiência, Acrísio Sena (PT). Já as entidades que compareceram com representantes foram: Centra Única dos Trabalhadores (CUT), Federação Nacional da Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (FENAE), Sindicato dos Bancários do Ceará, Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), entre outras.
O debate teve vários momentos importantes, desde a contextualização da situação dos bancos públicos até a conclamação para que toda a população se junte ao movimento. Para justificar a participação da sociedade nessa luta, os sindicalistas alertaram que a reivindicação não é só corporativa, não é apenas para evitar uma demissão em massa, mas para garantir o desenvolvimento de política públicas, a continuidade dos programas sociais e de um país mais desenvolvido.
Atualmente a Caixa Econômica Federal possui 66% do mercado habitacional, o Banco do Brasil e Banco do Nordeste possuem 70% do crédito agrícola do país e o BNDS é o maior financiador da indústria brasileira. O banco público é o maior financiador de programas sociais do país.
A situação do Ceará é de grande dependência dos financiamentos de bancos públicos, segundo Jair Ferreira, presidente da FENAE. O Ceará possui 118 municípios com agências públicas, onde 93% dos recursos que as pessoas tomam de empréstimo são de bancos públicos. O programa Minha Casa Minha Vida (MCMV) existe em 83 dos 184 municípios do Estado e cerca de 25% da população do Ceará recebe bolsa família.
“Nós, representando todas entidades, queremos dizer da importância de mobilização. Ao tirar o banco público do papel original eles estão empobrecendo o país. Esse ataque não é só aos bancos, mas as pessoas e aos benefícios”, ressaltou Jair Ferreira.
Os sindicalistas ainda convocaram toda a população do Estado para participarem do ato unificado das centrais sindicais, que acontece no dia 9 de novembro, às 9h, com concentração na Praça da Bandeira. A manifestação será em defesa dos bancos públicos, a sua soberania e contra o sucateamento.
A vereadora Eliana Gomes também se pronunciou pedindo a participação de todas as comunidades.
“Essa manifestação tem que ganhar corpo nas comunidades. Dia dez vamos para a rua. Essa bandeira são é só dos parlamentares e dos bancários, é do povo que necessita de bancos públicos”, frisou a parlamentar.
Ao final da audiência, o vereador e propositor do encontro, registrou a constituição da Frente Parlamentar Mista Câmara Municipal de Fortaleza e Assembléia Legislativa em Defesa dos Bancos Públicos e do Comitê em Defesa dos Bancos Públicos.