Cercado de pressões de diferentes setores que sentem a necessidade de reabertura dos negócios e, também, da área hospitalar que tem filas de espera por leitos de UTIs e o cansaço de profissionais de saúde, o governador Camilo Santana (PT) anuncia, na noite deste domingo, uma nova fase de enfrentamento da pandemia da Covid-19. A partir das 17 horas, Camilo comanda a reunião do comitê responsável pelas recomendações sobre a pandemia.

Se depender do comitê estadual que monitora a crise sanitária, as medidas em vigência, com restrição à circulação de pessoas e ao funcionamento de atividades econômicas consideradas não essenciais, serão mantidas. Se prevalecer a avaliação sobre a possibilidade de controle de novas casos da doença, sem sobrecarga da rede hospitalar e dos profissionais de saúde, as normas poderão ser flexibilizadas.

Camilo não tem, nesse momento, parâmetro seguro sobre qual caminho anunciar na noite deste domingo. Os números que chegam à mesa do governador, com dados sobre internações e pessoas infectadas, ainda geram muita apreensão e exigem ações duras para inibir a transmissão do vírus que continua circulando de maneira assustadora.

Se, do lado da saúde, a leitura é de tensão, do outro lado, há expectativas dos segmentos da indústria, do comércio e de serviços para reabertura gradual de atividades produtivas definidas, no decreto estadual, como não essenciais. Os setores econômicos vivem, também, a tensão sobre o desaquecimento das atividades e ameaça de demissão.
A expectativa desses setores, nesse momento, é em função, também, da liberação, a partir do dia 6 de abril, da primeira parcela do auxílio emergencial.

O volume de dinheiro que começa a circular com o desembolso do benefício, mesmo sendo inferior em quase 60% à primeira fase do auxílio emergencial pago no início da pandemia em 2020, é estímulo para a economia, contribuindo, para quem fatura, pagar as contas e manter empregos. É, nesse cenário de tensão, que o Governo do Estado anuncia, na noite deste domingo, a nova fase de combate à transmissão do coronavírus no Ceará.