Dados apontam que 73% dos casos de HIV ocorrem em homens. Campanha visa conscientizar e estimular o uso do preservativo para prevenção de doenças
“Pare, pense e use camisinha”. Esse é o slogan da Campanha de Carnaval lançada nessa sexta-feira (22) pelo ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, em Salvador (BA). A ação visa conscientizar os foliões que irão pular Carnaval por todo país. A ideia é estimular o uso do preservativo, principalmente entre os homens na faixa etária de 15 a 39 anos. Entre as novidades para esse ano, está a apresentação da nova embalagem da camisinha a distribuída no Sistema Único de Saúde (SUS). O Ministério da Saúde irá distribuir 12 milhões de camisinhas com a nova identidade visual durante os dias de Carnaval. O novo conceito é mais moderno e dialoga diretamente com o público jovem, que é o mais atingido por novas infecções nos últimos anos. A escolha do design foi feita a partir de concurso cultural entre 210 estudantes universitários, em 2017, em parceria com a Unesco Brasil.
“Os números do HIV no Brasil, que demonstram aumento entre jovens, são muito importantes para a conscientização do grande desafio que temos na saúde pública, que é uma mudança no comportamento. Precisamos cada vez mais estimular o uso do preservativo, para que o Carnaval seja sempre uma memória feliz. Vamos fazer um Carnaval e um ano inteiro de consciência em relação à responsabilidade sobre o seu corpo e o da pessoa que você ama”, destacou o ministro Luiz Henrique Mandeta.
Neste ano, o embaixador da Campanha para o Carnaval é o cantor Gabriel Diniz, intérprete da música Jenifer, que promete ser o hit dos blocos no Brasil. As peças serão veiculadas na TV, internet, rádio, jornal, aeroportos, outdoor e jornal, entre os dias 22 de fevereiro e 05 de março, para a população em geral. As ações de prevenção são realizadas nos carnavais de rua em Salvador, Recife, Olinda e Rio de Janeiro.
Esse ano, o Ministério da Saúde distribuiu 130 milhões de preservativos masculinos aos estados, 22% a mais que o quantitativo enviado em 2018 (106 milhões). Além disso, foram entregues também 9,9 milhões de sachês de gel lubrificante para todos os estados. Dados do último boletim epidemiológico do HIV/Aids mostram que 73% (30.659) dos novos casos de HIV em 2017 ocorreram no sexo masculino. Um em cada cinco novos casos de HIV estão entre homens de 15 a 24 anos (2017). Entre homens na faixa etária de 20 a 24 anos a taxa de detecção de aids cresceu 133% entre 2007 a 2017, passando de 15,6 para 36,2.
Os jovens têm sido foco de campanhas de prevenção nos últimos anos. O Ministério da Saúde desenvolve, em conjunto com as secretarias estaduais e municipais de saúde, ações e campanhas regionais e municipais por ocasião de eventos específicos destinados à juventude, como shows e festas regionais. Pesquisas apontam que o uso do preservativo não é consistente entre os mais jovens, embora o nível de informação seja elevado em relação à forma de prevenção ao HIV.
Por isso, o Ministério da Saúde tem feito esforços crescentes para estar mais próximo deste público. A Pesquisa de Conhecimentos, Atitudes e Práticas na População Brasileira (PCAP 2013), de 2013, aponta que 45% dos entrevistados disseram não ter recorrido ao preservativo naquele ano. A mesma pesquisa mostra que 94% dos brasileiros sabem que a camisinha é a melhor forma de evitar as Infecções Sexualmente Transmissíveis.
CASOS DE HIV NO PAÍS
Estima-se que 866 mil pessoas vivem com o HIV no Brasil. De acordo com o Boletim Epidemiológico de HIV e Aids divulgado no final do ano passado, a epidemia no Brasil está estabilizada, com taxa de detecção de casos de aids em torno de 18,3 casos a cada 100 mil habitantes, em 2017. Isso representa 40,9 mil casos novos, em média, nos últimos cinco anos.
Nos últimos quatro anos, a taxa de mortalidade pela doença passou de 5,7 óbitos/100 mil habitantes em 2014 para 4,8 óbitos/100 mil habitantes em 2017. A redução é resultado da garantia do tratamento para todos – lançada em 2013 -, aliada à melhoria do diagnóstico, além da ampliação do acesso à testagem e redução do tempo entre o diagnóstico e o início do tratamento.
COM MINISTÉRIO DA SAÚDE