Candidato do PDT ao Palácio do Planalto, Ciro Gomes tem estruturas pouco competitivas ou problemáticas nos três maiores colégios eleitorais do País – São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.

Em São Paulo, seu partido lançou o ex-prefeito de Suzano. Marcelo Candido. depois que a possibilidade de aliança nacional com o PSB foi por água abaixo. Ele ia ser vice na chapa do governador Márcio França (PSB), que disputa a reeleição. Candido apareceu com 1% de intenção de voto em pesquisa Ibope divulgada na semana passada.

Em Minas, o PDT apoiava Marcio Lacerda (PSB), que retirou a candidatura na última terça-feira em meio a uma briga judicial com a direção nacional de seu partido. A coligação decidiu, na última quinta-feira, lançar em seu lugar o presidente da Assembleia, Adalclever Lopes (MDB). Já no Rio, o candidato de Ciro é o deputado estadual Pedro Fernandes (PDT), que tem 2%, segundo pesquisa Ibope divulgada na semana passada.

Candidatos a governador costumam ser cabos eleitorais dos presidenciáveis nos estados, mas, diante da fragilidade desses palanques, o presidente do PDT, Carlos Lupi, disse que trabalha com a lógica inversa. “Por que o candidato a presidente não pode puxar votos para governador?”

No cenário sem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Ciro registrou 9% no Ibope, na semana passada. Em São Paulo, ele tem 8% e no Rio, 10%, de acordo com o mesmo instituto. Para integrantes da campanha de Ciro, esses candidatos a governador podem se transformar em uma alternativa para o eleitorado. E, no caso de Marcelo Candido e de Pedro Fernandes, como são pouco conhecidos, teriam potencial de crescimento. Eles ressaltam ainda que Suzano, administrada duas vezes pelo ex-petista Marcelo Candido, está entre as 30 maiores cidades de São Paulo.

Em entrevista ao programa Radar de Notícias, da TV Guarulhos, na última terça-feira, Ciro reconheceu que Candido tem dificuldade de se tornar conhecido, mas defendeu seu nome como uma alternativa. “Aqui em São Paulo tem 24 anos que é o mesmo partido que manda (PSDB)”.

Na semana passada, o presidenciável do PDT fez campanha em Guarulhos e em Osasco. As duas cidades, na Região Metropolitana de São Paulo, já fizeram parte do “cinturão vermelho” do PT.

Em Minas, o palanque de Ciro enfrenta problemas. Ao se retirar da disputa, Marcio Lacerda afirmou que a insegurança jurídica em torno de sua candidatura enfraquecia sua campanha. O diretório nacional do PSB sepultou a candidatura do mineiro e ficou neutro na eleição presidencial em troca da retirada de Marília Arraes da disputa pelo governo de Pernambuco. Ela ameaçava a reeleição de Paulo Câmara (PSB).

O presidente do PDT de Minas, deputado Mário Heringer, disse que Adalclever Lopes (MDB), substituto de Lacerda na disputa, abrirá seu palanque para Ciro. “Sem dúvida. Inclusive o tempo de TV será dividido para o PDT fazer a campanha do Ciro”.

Com informações do Jornal O Globo