O presidente da Executiva Regional e pré-candidato do União Brasil à Prefeitura de Fortaleza, Capitão Wagner, não esconde a surpresa, nem o desconforto ao saber da participação da deputada federal Fernanda Pessoa na solenidade de filiação do presidente da Assembleia Legislativa, Evandro Leitão, ao PT.
Ao prestigiar o evento do PT, Fernanda Pessoa criou mais uma saia justa entre os dirigentes e militantes do União Brasil: o gesto de Fernanda é mais um sinal de fragilidade nas articulações para Wagner montar o palanque de 2024 na corrida pela Prefeitura de Fortaleza.
Outro aspecto que é motivo de mal-estar: Wagner ocupa o cargo de Secretário de Saúde do Município de Maracanaú na gestão do prefeito Roberto Pessoa, pai de Fernanda. Desde já, para integrantes da cúpula do União Brasil no Ceará, o Capitão sabe com quem não contará na campanha do próximo ano. Confira na íntegra a participação do correspondente do Jornal Alerta Geral, Ednardo Lemos.
MOVIMENTOS DIZEM MUITO
Há quem observe que, na política, os movimentos dizem muito: no início da atual legislatura, logo após assumir o comando da Secretaria de Saúde de Maracanaú, Wagner articulou uma nota do União Brasil contra um projeto de lei enviado pelo Governo do Estado à Assembleia Legislativa propondo aumento na alíquota do ICMS.
A nota, com a assinatura dos quatro deputados federais do partido, chegou a ser publicada, mas saiu do ar após o primeiro mal-estar na bancada do União Brasil.
A deputada Fernanda Pessoa desautorizou o seu nome na nota de protesto e deu uma forte sinalização de apoio ao Governo Elmano de Freitas. Wagner, aliado do pai de Roberto, teve que agasalhar a situação embaraçosa.
Agora, com a presença de Fernanda no evento de filiação de Evandro Leitão ao PT, mais um contratempo para o Capitão. Fernanda conviveu com Evandro na Assembleia Legislativa e os laços políticos entre ambos se fortaleceram ainda mais. Ao citá-la em seu pronunciamento, Evandro lembrou que a convivência com Fernanda vem dos tempos de escola.
PT X UNIÃO BRASIL: MARACANAÚ E FORTALEZA
A ida de Fernanda Pessoa ao Hotel Oásis, nesse domingo, deixou, também, inquietação entre petistas de Maracanaú: isso, porque, bem perto de Fernanda prestigiando a filiação de Evandro Leitão estava o deputado estadual Júlio César Costa Filho, o Julinho, pré-candidato a prefeito e adversário do grupo de Roberto Pessoa.
SEM SOLIDARIEDADE E DIRETA DIVIDIDA
Os aliados e correligionários políticos do Capitão Wagner manifestam preocupação sobre as perspectivas eleitorais na disputa pela Prefeitura de Fortaleza.
A largada pré-eleitoral está sendo marcada por duas baixas na base de Wagner: o lançamento da pré-candidatura do deputado federal André Fernandes, do PL, e a reviravolta no Solidariedade.
IMBRÓGLIO
Há poucos dias, o ex-deputado federal Waidon Oliveira anunciou que estaria assumindo o comando do partido no Ceará e, com isso, o Solidariedade se somaria à aliança construída pelo Capitão Wagner. A pressa, nesse caso, foi inimiga da perfeição, gerando mais um imbróglio para o Capitão.
Menos de 48 horas após a revelação de Waidon, o presidente da Executiva Nacional do Solidariedade, Paulinho da Força, nomeou o prefeito de Chorozinho, Júnior Castro, aliado ao Palácio da Abolição, para dirigir a Comissão Provisória da legenda no Ceará. O partido fica, assim, na coligação com o PT.
VOTOS DIVIDIDOS
Outra preocupação na agenda das lideranças do União Brasil é a inesperada divisão na base de votos dos eleitores mais conservadores, que, em 2022, deram a Wagner o segundo lugar na eleição ao Governo do Estado.
A divisão nesse segmento de eleitores marca a corrida pré-eleitoral e não deixa de ser motivo de inquietação uma vez que, do outro lado, estarão duas fortes candidaturas: PT e PDT. A divisão na base de Wagner pode deixa-lo fora do 2º turno na briga pela Prefeitura de Fortaleza.
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