A bancada do PSDB na Câmara decidiu indicar o nome do deputado Carlos Sampaio para assumir interinamente a presidência do partido. A escolha foi do senador Aécio Neves.
O líder do PSDB na Câmara, Ricardo Tripoli, avisou à Coluna que Aécio deve entregar a carta de renúncia nas próximas horas. Aécio foi afastado do mandato pelo STF e teve endereços vasculhados pela PF. Ele é acusado de pedir propina ao empresário Joesley Batista, investigado na Lava Jato.
Apesar de não ser vice-presidente, o senador tucano Tasso Jereissati (CE) passa a ser um dos nomes mais cotados a assumir a legenda. Ele conta com o apoio de senadores do PSDB que estavam reunidos na casa dele hoje de manhã.
Também participaram da discussão, mas por meio de conferência, os governadores Geraldo Alckmin e Marconi Perillo. Ao contrário do que a Coluna informou mais cedo, ele ainda não assumiu como presidente. Haverá eleição.
A bancada da Câmara defende Tasso a efetivação de Carlos Sampaio no comando da sigla.
Um dos grupos mais atuantes dentro do partido, a Juventude do PSDB divulgou comunicado oficial pedindo que o afastamento de Aécio Neves da direção da legenda. “Nesse momento, é preciso reforçar o nosso compromisso do nosso partido em defender de forma intransigente a nossa democracia. Para tal, entendermos ser urgente e necessário que o partido possa ser conduzido por alguém que compartilhe dos mesmos valores que justificaram a fundação da nossa sigla”, diz a nota do grupo.
A situação de Aécio se agravou após o empresário Joesly Batista, dono da JBS, entregar à Procuradoria-Geral da República (PGR) uma gravação na qual Aécio pede R$ 2 milhõesao empresário, sob a justificativa de que precisava da quantia para pagar despesas com sua defesa na Operação Lava Jato. A Polícia Federal teria filmado um primo de Aécio pegando esse dinheiro. A defesa do tucano disse que ele não recebeu “dinheiro nenhum”.
Segundo tucanos ouvidos pelo ‘Estado’, as bancadas do PSDB na Câmara e no Senado e outros integrantes das Executiva do partido, discutem a possibilidade da legenda ir além do rompimento com o governo e pedir o afastamento de Temer. Cresce no partido o movimento em defesa de eleições diretas para cumprir o mandato ‘tampão’ de Temer até a eleição de 2018.
Um ministro oulvido pela Coluna diz que essa iniciativa deve ocorrer com a divulgação das gravações e áudios.
Com informações O Estado de São Paulo