O açude Castanhão, maior reservatório de água do Ceará, atingiu o seu melhor volume em quase dez anos na última sexta-feira. Em meio a uma boa quadra chuvosa, o açude chega a 30,19% da sua capacidade total. A última vez em que esteve em torno de 30% foi em outubro de 2014, quando já passava por uma queda contínua na quantidade de água armazenada. O reservatório tem capacidade para acumular 6,7 bilhões de metros cúbicos de água. O pior momento do Açude Castanhão foi em 22 de fevereiro de 2018 quando estava com volume morto. Seu volume na época estava apenas 2,08%. O volume morto – também chamado de reserva técnica – é a água que fica abaixo do nível de captação dos reservatórios, que não foi programada para ser usada no dia a dia e funciona como “poupança” em caso de emergência. Não existe uma separação física entre a água do volume morto e a água do volume útil. É a mesma água, apenas em um nível mais profundo. Segundo dados do Ministério da Integração Nacional, o Castanhão é o maior reservatório público do país para múltiplos usos. Concluído em 2003, sua barragem fica localizada no município de Alto Santo e constitui importante reserva estratégica de água. É utilizado para irrigação, abastecimento urbano, piscicultura e regularização da vazão do Rio Jaguaribe.

O Ceará tem atualmente 62 açudes sangrando, o maior número de açude com capacidade máxima nos últimos 12 anos, conforme dados da Companhia de Gestão de Recursos Hídricos. Com as cheias, a reserva dos açudes passou de 5,8 bilhões de metros cúbicos, no dia 1º de fevereiro, para 8,9 bilhões metros cúbicos neste sábado. A reserva hídrica atual corresponde a 48,1% da capacidade total dos 157 reservatórios monitorados.