O açude Castanhão, no Ceará, atingiu o segundo pior volume hídrico de sua história para o mês de setembro, chegando a pouco mais de 4% da sua capacidade. O reservatório é o maior do estado sendo responsável por abastecer municípios do Vale do Jaguaribe e da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). Até o ano passado, o açude assegurava parte desse fornecimento por meio do projeto Eixão das Águas. Neste ano, no entanto, o baixo nível de água coloca em risco o abastecimento de cidades das regiões do Médio e Baixo Jaguaribe.
O volume reduzido é consequência do baixo aporte de água verificado na última quadra chuvosa, entre os meses de fevereiro e maio, na Bacia do Salgado, que alimenta o açude. Durante o período, o Castanhão teve ganho de apenas 5% de volume, três pontos percentuais a menos que o registrado em 2018, de acordo com a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme).
O cenário hídrico do Castanhão ameaça o abastecimento nos municípios de Tabuleiro do Norte, São João do Jaguaribe, Limoeiro do Norte, Jaguaribara e Russas. Essas cidades só têm água garantida até 1º de fevereiro de 2020. Os demais municípios que antes dependiam de liberação de água do açude passaram a ser abastecidas por poços profundos ou por outros reservatórios.