Em 26 de fevereiro de 2020, o primeiro caso de Covid-19 foi confirmado no Brasil, em São Paulo. No mesmo mês, ainda sem casos suspeitos, o Ceará adotou medidas efetivas para o enfrentamento da doença no Estado: divulgou seu Plano de Enfrentamento ao Novo Coronavírus e articulou um comitê para a tomada de decisões contra a pandemia, ativo até hoje. Logo depois, destinou milhões de reais para compra de material de diagnóstico e suplementação de insumos hospitalares e, em seguida, estabeleceu o isolamento social rígido em todo o território. O estado cearense foi um dos primeiros do País a estimular o confinamento.
Àquela época, o medo se espalhava pela população à medida que cientistas do mundo todo corriam contra o tempo em busca de um imunizante seguro. Foram meses de espera até a esperança ganhar forma. No dia 18 de janeiro deste ano, a vacinação iniciou no Estado. Maria Silvana Sousa dos Reis, de 51 anos, foi a primeira cearense vacinada contra a doença. Após seis meses, com as duas doses da CoronaVac/Sinovac/Butantan, a técnica de Enfermagem continua atuando no Hospital Estadual Leonardo Da Vinci (Hev), unidade adquirida pelo Governo do Ceará em meio ao período pandêmico. O equipamento, antes privado, agora é público e está a serviço do Sistema Único de Saúde (SUS).
“São seis meses de vacinação contra a Covid-19 no Ceará. Quero agradecer a todos os municípios cearenses, aos secretários municipais e aos trabalhadores da Saúde pela forma eficiente da imunização, que se inicia na distribuição das vacinas de forma imediata”, ressalta o titular da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), Carlos Roberto Martins Rodrigues Sobrinho (Dr. Cabeto).
O Estado atingiu a marca de 39% da população vacinada com a primeira dose, ficando em primeiro lugar no Nordeste. “Nossa meta é chegar até o fim de agosto com 100% da população a partir de 18 anos vacinada, para garantir que tenhamos mais segurança e mantenhamos as atividades essenciais”, pontua o secretário.
Técnica de Enfermagem Maria Silvana Sousa dos Reis foi a primeira vacinada no Ceará, em 18 de janeiro de 2021
Na sexta-feira (16), de acordo com o Vacinômetro da Sesa, o Ceará ultrapassou os cinco milhões de doses aplicadas – são 3,6 milhões de primeiras doses e 1,2 milhão referente ao reforço, além de 139,5 mil doses únicas associadas aos imunizantes da farmacêutica Janssen. Além desta, outras três vacinas estão sendo administradas no Estado: AstraZeneca/Fiocruz, CoronaVac/Sinovac/Butantan e Pfizer.
O governo estadual também fechou acordo de compra direta com o Fundo Soberano Russo para adquirir 5,87 milhões de doses da vacina Sputnik V, que tem eficácia comprovada de 91,4%. A previsão é de que as doses cheguem ao Brasil ainda neste mês.
Primeira vacinada
Maria Silvana Sousa dos Reis classifica como um privilégio ter sido a primeira vacinada no Ceará “em meio a tantos colegas profissionais de saúde”. Ela não esconde o alívio. “Como eu ficava muito com os pacientes, tinha medo, mas depois de um tempo fui relaxando, tomei minhas vacinas e decidi cuidar melhor ainda dos meus pacientes”, afirma a técnica de Enfermagem.
Apesar de estar mais tranquila, principalmente após o número de internações ter diminuído no Estado, sobretudo em Fortaleza, Maria ensina: “Aproveite e não deixe de tomar a vacina. É para se proteger! Não descuide da máscara nem do álcool em gel. Mesmo eu estando vacinada, continuo com os mesmos cuidados”.
Logística de distribuição
A Central Estadual de Armazenamento e Distribuição de Imunobiológicos (Ceadim), vinculada à Sesa, é a responsável pela logística de distribuição das vacinas no Ceará. O equipamento é responsável por garantir que os imunizantes passem por todas as etapas com qualidade, que incluem a saída do laboratório produtor, recebimento pelo Estado, a checagem dos componentes, o armazenamento, a conservação e a logística de distribuição e transporte. Esta é realizada em 24 horas tão logo as doses estejam em solo cearense e conta com suporte da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) e da Coordenadoria Integrada de Operações Aéreas (Ciopaer) por meio de rotas aéreas e terrestres.
Logística de distribuição da Sesa faz com que as vacinas sejam entregues aos municípios cearenses em até 24 horas após a chegada dos imunizantes
Tecnologia aliada à vacinação
A rapidez no processo de imunização só foi possível porque a Sesa pôs em funcionamento o Cadastro Estadual de Vacinação contra a Covid-19 para antecipar a inscrição da população a ser vacinada. Integrado à plataforma Saúde Digital, o sistema fez com que o Ceará construísse um censo para nortear o plano de vacinação no Estado, facilitando a operacionalização das prefeituras municipais na aplicação das doses.
A plataforma também permitiu que houvesse uma melhor gestão na imunização de grupos prioritários, como profissionais da Saúde, idosos, pessoas com comorbidades, grávidas, puérperas, profissionais da Segurança e da Educação. Na Capital, está em andamento a vacinação por idade em pessoas com menos de 32 anos.
(*)com informação do Governo do Estado do Ceará