O Ceará criou, no primeiro trimestre de 2018, um total de 2.713 vagas de empregos formais (com carteira assinada), ocupando a 12º colocação do ranking nacional dos 26 estados e o Distrito Federal. No terceiro e quarto trimestres de 2017, o Estado ocupou a quinta posição dentre os que mais geraram empregos formais no país, de acordo com análise dos dados do cadastro Geral de Empregos e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho. É o que revela o Enfoque Econômico (nº 190) – Desempenho do Saldo de Empregos Celetistas no 1º Trimestre de 2018 lançado pelo Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), órgão vinculado à Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag) do Governo do Ceará.
De acordo com o analista de Políticas Públicas Alexsandre Lira Cavalcante, que elaborou o trabalho juntamente com os estagiários Matheus dos Santos Carvalho e Heitor Gabriel Silva Monteiro, o resultado obtido pelo Ceará no primeiro trimestre deste ano é “algo não tão comum e nem esperado para o período, que é a geração de vagas de emprego. A criação de vagas nesse período é reflexo do saldo positivo de empregos em janeiro, fato esse não observado nos últimos quatro anos”. A indústria de transformação foi o grande motor de geração de empregos com carteira assinada na economia cearense nos três primeiros meses de 2018.
O mercado de trabalho formal cearense registrou um comportamento levemente diferente do nacional, resultado de diferenças na estrutura produtiva. O Estado iniciou o ano de 2017 também com destruição de postos de trabalho (-10.842 vagas). O segundo trimestre também registrou perda de empregos (2.815 vagas), acentuando ainda mais a crise vivida no mercado de trabalho local. Apenas no terceiro trimestre de 2017 é que o Ceará passou a apresentar um saldo positivo de empregos (10.516 vagas), repetindo esse resultado, mas num patamar inferior no quarto trimestre do ano, com um total de 847 vagas. Todavia, esses dois resultados positivos não foram o suficiente para reverter a grande perda de vagas observadas nos dois primeiros trimestres do ano 2017, quando o estado também finalizou o ano com saldo negativo de 2.294 vagas.
O Brasil iniciou o ano de 2017 com uma destruição de 39.040 postos de trabalho com carteira assinada, recuperando-se logo em seguida ao registrar sucessivos saldos positivos no segundo (135.347 vagas) e terceiro trimestres (147.358 vagas). No entanto, voltou a destruir 262.060 vagas no quarto trimestre como já era esperado por motivos da sazonalidade do período, finalizando o ano com saldo negativo de 18.395 vagas. Em 2018 – explica o Analista de Políticas Públicas do Ipece – o país inicia o ano apresentando criação significativa de postos de trabalho celetista, num total de 220.957 vagas, revelando sinais de recuperação da atividade econômica frente ao registrado em igual período do ano passado.
No primeiro trimestre de 2014, o país registrou saldo positivo de empregos de 399.737 vagas, como já era esperado, mas nos três anos seguintes o país passou a destruir vagas no período, refletindo os efeitos da crise macroeconômica vivido no período, o que “afetou boa parte a lógica de geração de empregos. Em 2018, o Brasil voltou a apresentar saldo positivo de empregos formais num total de 220.957 vagas, revertendo completamente o quadro de crise instalado até 2017, mas ainda não alcançando o patamar observado cinco anos antes” – afirma.
ATIVIDADES
Ao analisar a evolução do saldo trimestral de empregos celetistas cearenses para o ano de 2017 e início do ano de 2018, é possível observar que, diferentemente do ocorrido no início de 2017, quando apenas a Administração Pública havia criado empregos, no primeiro trimestre de 2018 cinco atividades apresentaram saldos positivos de empregos no mercado de trabalho local. A Indústria de transformação foi a que mais criou postos de trabalho na economia cearense, num total de 4.291 vagas, seguido pelos Serviços (2.809 vagas), que contribuiu bastante para um saldo positivo observado para o estado. Ao se comparar o primeiro trimestre de 2014 e 2018, nota-se que as indústrias Extrativa Mineral e de Transformação passaram a criar empregos. Por outro lado, os Serviços Industriais de Utilidade Pública e a Construção Civil passaram a destruir postos de trabalho.
Já o Comércio destruiu vagas como esperado para o período só que num patamar inferior. Enquanto isso, a atividade de Serviços voltou a criar grande número de vagas, após dois anos de retração dessa atividade. A Administração Pública vêm mantendo sua contribuição ao longo dos anos. Por fim, a Agropecuária também destruiu postos de trabalho como já esperado, também num patamar inferior. Alexsandre Lira afirma que é notória a recuperação em boa parte das atividades quando se compara o resultado da geração de empregos em 2018 com os dois anos imediatamente anteriores, revelando que o Ceará também está vivenciando um momento de recuperação da crise de forma gradual, dado que o saldo total observado de empregos em 2018 representa ainda 75 por cento daqueles registrados em 2014.
Com informações do Ipece