O Ministério da Saúde está convocando 10 milhões de adolescentes de todo país para se vacinarem contra HPV (Papiloma Vírus Humano) e meningite, a fim de melhorar as coberturas vacinais nos estados. No Ceará deverão ser vacinados cerca de 250 mil meninos e meninas de 9 a 14 anos, com meta de cobertura de 80%. Contra o HPV, meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos deverão ser vacinados. Neste ano, o Ministério da Saúde está ampliando a faixa etária da vacina meningite C, que agora passa a ser 11 a 14 anos de idade para meninos e meninas.

Lançada ainda em março, a Campanha de Mobilização e Comunicação para a Vacinação do Adolescente contra HPV e Meningites convoca adolescentes de todo o país para a atualização das cadernetas de vacinação. As vacinas contra o HPV e a meningocócica C fazem parte do calendário de rotina disponível nas unidades do SUS.

A Secretaria da Saúde do Ceará, através do Núcleo de Imunizações (Nuimu) e Núcleo de Saúde da Mulher, Adolescente e Criança (Nusmac), e o Programa Saúde na Escola (PSE) propõem algumas estratégias de vacinação para resgatar os adolescentes não vacinados ou com o esquema incompleto para todas as vacinas do Calendário de Vacinação do Adolescente. A proposta é intensificar as ações de vacinação e atualizar a situação vacinal contra o HPV e meningites em adolescentes nos 184 municípios, no âmbito das unidades de saúde e escolas municipais, resgatando os não vacinados para o alcance da meta vacinal.

Entre 2014 e 2017, o Ceará alcançou coberturas vacinais de 93% da primeira dose e de 61% da segunda dose da vacina contra HPV para meninas. No ano passado, quando a vacinação foi estendida para o sexo masculino, foram vacinados 244.431 meninos e meninas contra HPV. Também em 2017, a vacina Meningocócica C imunizou 123.522 adolescentes de ambos os sexos. A intensificação da vacinação contra o HPV ocorrerá nos meses de março (1ª dose) e setembro (2ª dose). Conforme a situação vacinal encontrada na caderneta de vacinação, a vacina Meningocócica C também será aplicada.

HPV e meningites

O papilomavírus humano (HPV) é responsável por cerca de 70% dos casos de câncer de colo de útero, até 90% das verrugas anogenitais e, ainda, outros tipos de câncer que podem estar associados ao vírus – vagina, vulva, pênis, anus e orofaringe. A vacinação contra o HPV é a forma mais eficiente de se proteger contra esses cânceres. Segundo estudo realizado pelo projeto POP-Brasil em 2017, a prevalência estimada do HPV no Brasil é de 54,3%. O estudo entrevistou 7.586 pessoas nas capitais do país. Os dados da pesquisa mostram que 37,6% dos participantes apresentaram HPV de alto risco para o desenvolvimento de câncer. A vacina contra o HPV previne contra diversos tipos de cânceres. No Brasil são estimados 16 mil casos de câncer de colo do útero por ano e 5 mil óbitos de mulheres devido à doença. Mais de 90% dos casos de câncer anal e 63% dos cânceres de pênis são atribuíveis à infecção pelo HPV.

A meningite é um processo inflamatório das meninges, as membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal. Pode ser causada por diversos agentes infecciosos, como bactérias, vírus, parasitas e fungos, ou também por processos não infecciosos. As meningites bacterianas e virais são as mais importantes do ponto de vista da saúde pública, devido à sua magnitude, capacidade de ocasionar surtos e, no caso da meningite bacteriana, a gravidade dos casos. Estudos apontaram a necessidade de doses de reforço da vacina meningocócica em adolescentes para garantir a proteção nessa fase da vida. Nos adolescentes, a vacina garante proteção por prolongado período, até a idade adulta, com diminuição das taxas de incidência da doença em condições endêmicas. Assim, a vacinação de adolescentes proporcionará proteção direta, impedindo o deslocamento do risco de doença para esses grupos etários.

Com informações da SESA