O acordo de investimento que formaliza a participação do Porto de Roterdã na gestão conjunta do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP S/A) foi assinado nessa quarta-feira (24) entre o governador Camilo Santana e Allard Castelein, CEO da Autoridade Portuária de Roterdã. No último dia 19, o Palácio da Abolição recebeu encontro entre as partes para celebrar a aprovação da lei que formaliza as mudanças no CIPP S/A pela Assembleia Legislativa.
O Acordo de Investimento formaliza a participação do Porto de Roterdã e o investimento de cerca de 75 milhões de euros (R$ 323 milhões) por 30% das ações do CIPP S/A. Além disso, a Autoridade Portuária de Roterdã também terá a gestão compartilhada sobre as decisões e posições estratégicas e de investimento no conselho de administração, no conselho de supervisão e ao nível gerencial. A operação não envolve venda ativos e o Estado manterá o controle e propriedade ou posse de todos os seus ativos.
“Eu não tenho dúvidas de que estamos celebrando uma parceria muito importante para o futuro do Estado do Ceará. O Porto de Roterdã é o maior da Europa, um dos maiores do mundo, uma grande grife de confiabilidade no mercado internacional que vai abrir as portas do Porto do Pecém para investidores de todo o mundo”, aponta Camilo Santana. Ele cita a licitação para a transferência da tancagem do Porto do Mucuripe para o Porto do Pecém como um dos exemplos da parceria.
O acordo de participação final deverá ser concluído até o fim do ano. “Participar do Porto do Pecém é uma ótima oportunidade. Esse porto possui potencial de crescimento e, pela sua localização estratégica, poderá se tornar o centro logístico e industrial do Nordeste do Brasil, oferecendo oportunidades para fluxos de comércio internacionais e investimentos vindo da Europa”, afirma Allard Castelein, CEO da Autoridade Portuária de Roterdã.
Trinca de Hubs
Com um crescimento médio de 24% nos últimos 10 anos, o Pecém é um porto em rápido crescimento. O Complexo consiste de várias atividades logísticas e industriais, tais como a única Zona de Processamento de Exportações (ZPE) em atividade do Brasil, um terminal de contêineres, termoelétricas, siderúrgica e fabricantes de turbinas para geração de energia eólica. Conforme o Porto de Roterdã, o que mais torna o Porto de Pecém atraente é que grande parte da infraestrutura necessária do complexo industrial portuário já existe: quebra-mares, berços, terrenos, entre outros pontos.
O acordo com Roterdã fecha a chamada “Trinca de Hubs” do Ceará. O Estado trabalhou fortemente na formalização de parcerias internacionais e na construção de uma ambiência logística e estrutural para a atração dos investimentos. Nesta linha, o hub aéreo ganhou força com o acordo com as gigantes do setor Air France/KLM/Gol, ampliando as conexões internacionais pelo Aeroporto Internacional Pinto Martins de oito para 48 até o fim deste ano – para além da ampliação do equipamento, em concessão para a empresa alemã Fraport.
Na área de telecomunicações, o hub de dados conecta, através de 13 cabos submarinos, o Ceará e o Brasil com a África, Europa e os Estados Unidos. Um grande data center da Angola Cables empresa está em fase de conclusão e os planos são de ampliação do serviço. Por fim, com o acordo com a Autoridade Portuária de Roterdã, o Porto de Pecém se tornará no principal centro de atividades marítimas do Nordeste.
Com informação do Governo do Estado do Ceará