Cerca de trinta dias após a rebelião que vitimou dezenas de pessoas no presídio de Altamira, o Departamento Penitenciário Nacional (Depen) solicitou apoio do sistema penitenciário cearense na contenção da crise e reconstrução do sistema carcerário paraense. Na manhã desta quinta-feira (5), 21 agentes penitenciários do Ceará embarcam para a cidade de Belém, aonde serão incorporados a outras frentes de intervenção penitenciária enviadas por outros Estados.

O secretário da administração penitenciária, Mauro Albuquerque, ressalta o momento em que vive o sistema penitenciário do Ceará.

“Mais uma vez demonstramos que o Ceará virou uma referência nacional quando se fala em intervenção penitenciária. Mandamos 20 homens para contingenciar a crise do Amazonas em maio e nossos agentes tem executado suas tarefas com êxito. Agora enviamos mais 21 agentes para contribuir na contenção e reconstrução do sistema paraense, inclusive com um agente cearense como coordenador da força”, comenta.

Mauro detalha o modelo de trabalho dos agentes nas intervenções em outros Estados, agradece o apoio que tivemos em janeiro e reforça que o Ceará está pronto para sempre intervir em crises nacionais.

“Eles vão intervir, reestruturar o sistema, treinar os agentes de lá, implantar procedimentos e contribuir com os irmãos paraenses. Na nossa crise de janeiro tivemos ajuda de vários entes da federação, então nada mais justo agora do que mandar nossos agentes cearenses treinados e capacitados na nova doutrina para auxiliar nas reconstruções de outros sistemas”, conclui.

Única mulher da força-tarefa, a agente penitenciária do Instituto Penal Feminino Auri Moura Costa, Lilian Andressa, comenta a experiência de cumprir essa missão em nível nacional.

“Ser a primeira mulher do Ceará a integrar uma força de intervenção dessa natureza, me enche de orgulho, mas também bastante responsabilidade. Vou lá aprender muito e também ensinar meus conhecimentos sobre crise penitenciária. Esses meses da nova doutrina tem nos tornado agentes qualificados e confiantes. Não sabemos o que vamos encontrar, mas temos convicção do nosso conhecimento e capacidade de ajudar a mudar o sistema do sistema paraense”, atesta.

Integrante do Grupo de Apoio Penitenciário (GAP), Souza Lima, reafirma o trabalho desenvolvido no Ceará e como isso pode servir a outros sistemas.

“A ordem e disciplina que mantemos no Ceará será o modelo que levaremos ao Pará. Temos compreensão que o cenário lá é desafiador, mas também temos absoluta certeza da capacidade e empenho dessa nobre frente de trabalho reunida aqui nessa missão”, conclui.

 

 

 

 

 

 

 

(*)com informação do Governo do Estado do Ceará