Apesar de o Ceará estar num período de maior controle dos índices epidemiológicos e assistenciais da Covid-19,

Surge uma nova preocupação na área da saúde e os  cuidados com a pandemia precisam ser reforçados, principalmente, agora que o Ceará registra os dois primeiros casos da variante Mu, vinda da Colômbia. As cearenses que tiveram a Covid-19 pela cepa Mu são duas mulheres que moram em Fortaleza, com idades de 45 e 47 anos. 

As duas tomaram uma dose da vacina e têm histórico de viagem para a Colômbia. Segundo a Secretaria de Saúde, elas desembarcaram na capital cearense no dia 6 de julho com sintomas gripais, foram às unidades de saúde e cumpriram autoisolamento durante a infecção.

Além dos casos da variante Mu, o Ceará já registra 122 residentes ou visitantes com a variante Delta do coronavírus, mutação de maior preocupação no mundo atualmente. Dentre os pacientes infectados, 39 não têm histórico de viagem, o que os classifica como transmissão comunitária. 

Até agora, um óbito foi registrado. Mais da metade dos casos é oriunda do estado do Rio de Janeiro. As demais origens são Distrito Federal, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, São Paulo, Pernambuco e México. A secretária Executiva de Vigilância e Regulação da Secretaria de Saúde, Ricristhi Gonçalves, alerta para a transmissão da Delta no Ceará.

Além dessas notificações, a Rede Genômica da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em parceria com o Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará (Hemoce) e o Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen), também identificou dois pacientes com casos importados da variante de interesse Mu, originalmente encontrada na Colômbia. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), as variantes de interesse são mutações que devem ser observadas pelo potencial de transmissão ou escape de anticorpos, mas ainda não são consideradas variantes de preocupação, como é o caso da Alfa (Reino Unido), Beta (África do Sul), Gama (Brasil) e Delta.

Procedências

Entre os 122 casos de variante Delta, 30 foram pessoas que passaram pelo Centro de Testagem (CT) de Viajantes montado pela Sesa no Aeroporto Internacional de Fortaleza – Pinto Martins. Mais da metade (17) são procedentes do estado do Rio de Janeiro. As demais origens são Distrito Federal, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, São Paulo, Pernambuco e México.

O rastreamento do Cievs também mostra que os outros 92 pacientes estão divididos da seguinte forma: 12 tripulantes de um navio ancorado no Mucuripe procedente das Filipinas; 27 pessoas que não passaram pelo CT do Aeroporto, mas têm histórico de viagem para Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Estados Unidos (estes foram testados em unidades de saúde); 39 casos de transmissão comunitária; e 14 em investigação.

Tomaram vacina somente 39 dos 122 pacientes identificados com a Delta, sendo 20 com duas doses ou dose única. Os residentes do Ceará e visitantes identificados pela Rede Genômica da Fiocruz moram nos municípios de Aquiraz, Aracati, Beberibe, Cascavel, Caucaia, Choró, Crateús, Eusébio, Fortaleza, Hidrolândia, Ibiapina, Icó, Ipaporanga, Ipueiras, Irauçuba, Itapipoca, Jaguaretama, Maracanaú, Monsenhor Tabosa, Nova Russas, Paraipaba, Pentecoste, Poranga, Quixeramobim, Redenção, São Gonçalo do Amarante, Sobral, Tauá e Umirim, além de Brasília (DF), Campo Largo (PR), Maricá (RJ), Rio de Janeiro (RJ) e São Paulo (SP).

Precaução

As primeiras identificações da variante Delta no Ceará aconteceram em quatro passageiros que chegaram ao Estado entre 19 e 21 de julho. Menos de dois meses depois, já são contabilizados 122 casos.

“Temos 29 municípios com casos confirmados, na semana anterior eram 25. Esse crescimento da transmissão preocupa, por isso a Sesa reforçou as barreiras sanitárias, com testagem de passageiros, e orienta os municípios a fazerem o mesmo, sobretudo nas rodoviárias”, adverte Ricristhi Gonçalves, secretária executiva de Vigilância e Regulação em Saúde da Sesa.