O Ceará registrou no ano passado 2.154 crimes sexuais, o que compreende todos os crimes de estupro, exploração sexual de menor e as demais infrações classificadas nesse tipo de caso. O número é o maior desde 2015, quando a Secretaria da Segurança Pública passou a compilar os dados.

Este ano já foram registrados 453 crimes sexuais. Entre eles estão o caso da vendedora assediada por um cliente que tentou abraçá-la à força em uma loja em Jijoca de Jericoacoara e o da nutricionista que teve as partes íntimas apalpadas por um homem quando saía de um elevador em Fortaleza.

Das ocorrências de 2023, 616 foram em Fortaleza, 402 na Região Metropolitana, 591 no interior Norte e 545 no interior Sul, conforme os dados da Gerência de Estatística e Geoprocessamento (GEESP/SUPESP).

Em 86,88% dos casos as vítimas eram mulheres, enquanto 12,92% foram homens e 0,20% não teve o gênero informado.

Crimes sexuais em cada região do Ceará (2023)

RegiãoCrimes sexuais
Fortaleza616
Região metropolitana402
Interior Norte591
Interior Sul545

Fonte: GEESP/SUPESP/SSPDS

Crimes sexuais registrados no Ceará

Ainda segundo os dados disponibilizados pela Secretaria da Segurança, a maioria dos crimes sexuais do ano passado ocorreram às segundas-feiras (16,09%), no turno da manhã (33,47%).

A Secretaria da Segurança Pública avaliou que o aumento no número das ocorrências de crimes sexuais no Ceará está relacionado à visibilidade do tema, empoderando as vítimas a registrarem cada vez mais. Entre as ações realizadas com esse objetivo, estão operações como:

  • Caminhos Seguros: realizada no mês de maio, consiste em ações de policiamento, com o cumprimento de mandados; e de prevenção, incluindo ações educativas como palestras em instituições de ensino público e privado.
  • Grupo de Despacho do Copac da Polícia Militar: funciona desde janeiro de 2023. O serviço garante um atendimento diferenciado já na ligação para o Disque 190. Quando uma vítima ou terceiros fazem uma ligação denunciando a situação de violência contra mulheres e demais integrantes dos grupos vulneráveis, uma cópia do registro é encaminhada para o Copac, que envia uma equipe do Grupo de Apoio às Vítimas de Violência (Gavv), um dos núcleos do policiamento especializado, para acompanhar a situação.
  • Departamento de Proteção a Grupos Vulneráveis (DPGV): responsável pelas Delegacias de Defesa da Mulher (DDMs) em Fortaleza, Maracanaú, Caucaia, Pacatuba, Crato, Iguatu, Juazeiro do Norte, Icó, Sobral e Quixadá. Dessas, as unidades de Fortaleza e Juazeiro do Norte funcionam 24h, com projeto em andamento de ampliação para delegacias 24h da DDM de Sobral.

As unidades das DDMs atuam de forma integrada em equipamentos da Secretaria da Mulher como as casas da Mulher Brasileira (CMBs), em Fortaleza; e da Mulher Cearense (CMCs), em Quixadá, Juazeiro do Norte e em Sobral, além das anunciadas em Tauá, Iguatu e Crateús. Em agosto do ano passado, foram anunciadas, ainda, a construção de três novas CMBs, em Limoeiro do Norte, Itapipoca e São Benedito.

Já no âmbito do acolhimento às crianças e adolescentes vítimas de crimes sexuais, na Capital, também existe a Delegacia de Combate à Exploração da Criança e do Adolescente (Dceca), que conta com a atuação de unidades especializadas das Forças de Segurança do Estado.

Além disso, a Pasta disse que promove regularmente discussões nas escolas, mediante solicitação do núcleo gestor das unidades de ensino, sobre o combate à violência sexual, prevenção do uso indevido de drogas, entre as outras formas de violência.

(*)com informação do G1