Em todo o Ceará, 50 cozinhas do Programa Ceará Sem Fome serão inauguradas nos próximos dias, somando-se às 13 já em atividade em Fortaleza. Com as novas unidades, a Capital contará com 51 cozinhas e as outras estarão em São Gonçalo do Amarante (6), Paraipaba (2) e Caucaia (4). Na manhã desta segunda-feira (11), o governador em exercício do Ceará, Evandro Leitão, visitou a cozinha da Associação Comunitária São Vicente de Paula, localizada na Comunidade das Quadras, em Fortaleza. Ele esteve acompanhado da primeira-dama Lia Freitas.
Diariamente, cada cozinha distribui 100 alimentações prontas para pessoas que vivem em situação de extrema pobreza. Evandro Leitão ressaltou que o governador Elmano de Freitas, quando assumiu o Governo do Ceará, tinha como um dos principais compromissos o programa Ceará sem Fome para trazer segurança alimentar aos cearenses.
“Estar aqui é motivo de muita satisfação, porque o Ceará Sem Fome dá condição aos mais vulneráveis de terem acesso à alimentação diária”, apontou, alertando para a necessidade de união para o enfrentamento à fome. “Não podemos suportar e ficar de braços cruzados diante de algo que tanto aflige a sociedade. Estão todos de parabéns, especialmente a primeira-dama que está à frente desse programa”, concluiu Evandro Leitão.
A primeira Cozinha Ceará Sem Fome a iniciar a distribuição de refeições foi a da Associação Comunitária Lagoa do Papicu e Adjacência, em Fortaleza, na última segunda-feira (4). Em uma semana, já são 13 cozinhas em funcionamento, garantindo 1.300 refeições diariamente. O Governo do Ceará deve contar com até 1.298 cozinhas em todo o estado, alcançando a distribuição de 100 mil refeições diárias.
A primeira-dama Lia Freitas reforçou que, além das unidades abertas em Fortaleza, o programa vai se expandir para outras cidades cearenses. “Inicialmente vamos chegar em Caucaia, São Gonçalo e Paraipaba com o apoio da sociedade civil, que aderiu ao programa, e todos os voluntários com o trabalho de solidariedade”, reconheceu Lia Freitas. O foco é atender principalmente pessoas que estejam em insegurança alimentar grave, mas que não foram selecionadas para receber o cartão Ceará Sem Fome.
Gélia Mourão reside na Comunidade das Quadras há 51 anos e sabe o que é passar fome e não ter o que comer e oferecer aos filhos. Ela é voluntária na Associação São Vicente de Paula e, na condição de assistente de cozinha, todos os dias participa diretamente na garantia de pelo menos uma refeição diária para os moradores mais necessitados em seu bairro.
“Tem sido sobrenatural o que eu tenho vivido aqui. A comunidade foi abençoada com esse programa porque a coisa pior que existe é você passar fome. Eu sei, porque eu mesma já passei. Por isso eu me emociono ao ver uma criança ou um idoso recebendo comida de qualidade, preparada com amor e cuidada por nutricionista”, comenta.
Em junho, após o lançamento do grande Pacto por um Ceará Sem Fome, o Governo iniciou a entrega de mais de 43 mil cartões carregados com R$ 300 para famílias cearenses em extrema pobreza, nos 184 municípios. Já são quase R$ 37 milhões circulando na economia das cidades. A estimativa é que o benefício, executado pela Secretaria da Proteção Social (SPS), atenda mais de R$ 200 mil pessoas.
As Cozinhas Ceará Sem Fome também vêm com o papel de aproximação com a população, sendo possível identificar pessoas, por exemplo, que não possuem registro civil, e consequentemente, não têm acesso ao sistema de saúde e de educação.
Simultaneamente à parte emergencial do programa, o Ceará Sem Fome também possui o viés estruturante, que pensa e executa ações que gerem emprego e renda para as pessoas que sejam beneficiárias do CadÚnico, por meio de um pacto entre poder público, sociedade civil e entidades privadas.
Na estrutura do programa, foi criado o Comitê Intersetorial de Governança do Programa, que compreende 15 secretarias estaduais, o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec), a Cruz Vermelha, o Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece) e a sociedade civil. O intuito é a articulação intersetorial para a elaboração, o monitoramento e a avaliação de políticas de combate à fome.