As Escolas de Ensino Médio em Tempo Integral (EEMTI) Jaime Tomaz de Aquino, em Beberibe, e Joaquim Bastos Gonçalves, em Carnaubal, são destaque no “World’s Best School Prizes 2023” (Prêmio Melhores Escolas do Mundo 2023), promovido pela T4 Education, organização global que trabalha no desenvolvimento de ferramentas, iniciativas e eventos para o aprimoramento da educação. As unidades de ensino cearenses estão na lista do top 10 em suas respectivas áreas: “Ação ambiental” e “Apoiando vidas saudáveis”.
O Prêmio é dividido em cinco categorias. Em setembro próximo, serão conhecidas as três escolas finalistas em cada uma. Um mês após, haverá a divulgação dos primeiros lugares. As escolas vencedoras receberão 50 mil dólares. O Brasil tem, ao todo, cinco representantes na disputa, incluindo as escolas cearenses.
Conscientização ecológica
Logo após ter sido construída, em 2019, a EEMTI Jaime Tomaz De Aquino aderiu ao Programa Selo Escola Sustentável, promovido pela Secretaria de Educação (Seduc), em parceria com a Secretaria do Meio Ambiente (Sema). Desta forma, conseguiu implementar um programa abrangente com foco em currículo, gestão do espaço físico e educação socioambiental, em um esforço para ampliar a consciência sobre as questões ecológicas.
A escola aborda tópicos como desperdício de recursos e descarte incorreto de resíduos, tendo no currículo tópicos como “plástico nocivo”. Ao mesmo tempo, aulas de campo e workshops oferecem experiência prática na reutilização de garrafas e reciclagem de papel, por exemplo.
Além disso, a escola participa de eventos na área e colabora com organizações envolvidas na preservação da natureza. Em relação à gestão ambiental, a EEMTI Jaime Tomaz promove o uso racional de energia, a coleta seletiva e a captação de água de aparelhos de ar-condicionado e da chuva. O espaço físico foi enriquecido com novas árvores, jardins suspensos feitos com garrafas reutilizadas, telhados verdes, uma horta escolar e um protótipo de biodigestor.
Emilly Bernardo, de 16 anos, cursa a 2ª série na unidade de ensino. A aluna despertou o interesse pela ecologia após participar de uma aula de campo promovida pela escola.
“Lá foi mostrado pra gente a importância da reciclagem, e a partir disso, quisemos trazer a ideia para cá. Escolas precisam utilizar bastante papel, que é um dos resíduos sólidos que mais agridem a terra, quando não são descartados da maneira certa. Para diminuir o consumo e o descarte, fazemos essa ação de forma constante. Sou a aluna responsável pela reciclagem de papel e também sou diretora do grupo ambiental da escola. Aqui desenvolvemos bastantes ações, como o cultivo de vegetais para serem utilizados na nossa merenda”, explica.
Propagação
A escola também atua nas redes sociais para promover o engajamento ambiental e apresenta um programa de rádio dedicado a informações ambientais. Com as práticas sustentáveis, o lixo doméstico descartável foi reduzido em aproximadamente 80%.
Se a EEMTI Jaime Tomaz de Aquino ganhar o Prêmio de Melhor Escola do Mundo em Ação Ambiental, pretende expandir as iniciativas e fortalecer a consciência ecológica. A unidade de ensino pretende colaborar com outros grupos e escolas da região em um esforço para replicar práticas sustentáveis. Além disso, planeja investir em manutenção, adquirindo materiais de projetos e criando um espaço adequado para arte e criatividade.
Apoio socioemocional
O projeto “Adote um Estudante” é uma ação voltada à saúde mental dos alunos da EEMTI Joaquim Bastos Gonçalves, no município de Carnaubal. Durante a pandemia, os educadores da instituição perceberam a infrequência de parte dos alunos nas aulas remotas, além de 30 estudantes em situação de risco de abandono. De início, a hipótese era de que as faltas seriam decorrentes da falta de condições em adquirir equipamentos tecnológicos. Posteriormente, contudo, com a aquisição e distribuição de chips e tablets aos alunos, por parte do Governo do Estado, a situação permanecia a mesma em relação àqueles 30 alunos.
No retorno ao modelo presencial, os professores diretores de turma observaram, em sala de aula, que os jovens em risco de abandono enfrentavam problemas de ansiedade, transtorno de depressão, automutilação, baixa autoestima, dificuldades de comunicação e de socialização em sala de aula.