Os deputados federais e senadores retomam as atividades legislativas a partir da próxima segunda-feira com um cenário adverso aos defensores do voto impresso: a Comissão Especial responsável pela análise da Proposta de Emenda à Constituição (PEC), que trata da criação de um sistema aditável da urna eletrônica nas eleições de 2022, volta a se reunir na quinta-feira.
Os levantamentos mostram que a maioria dos 34 integrantes da Comissão Especial tende a sepultar a PEC 135/19. O cenário adverso fica ainda mais evidente com os números apresentados em uma Pesquisa do Instituto Ideia, com dados publicados, nesta sexta-feira, em uma reportagem do Jornal O Globo.
Segundo o Instituto, entre os presidentes de 18 partidos ouvidos na pesquisa, 14 rejeitam o voto impresso. Os defensores do atual modelo eletrônico justificam que a medida é o melhor método de votação no Brasil por ser “ágil, segura e um exemplo de modernidade para o mundo”.
Os líderes partidários favoráveis à mudança no sistema de votação argumentam que melhoraria a lisura do processo por meio de auditoria. A pesquisa, de acordo com o Jornal O Globo, foi realizada a pedido da campanha “Freio na Reforma: Política se reforma com democracia”, lançada pelo ITS Rio, Transparência Partidária e Pacto pela Democracia.
O objetivo, com essa iniciativa, é ampliar a participação dos brasileiros no acompanhamento do debate da PEC que tramita na Câmara Federal. Como a pesquisa é qualitativa, os resultados são anônimos e não são estatisticamente representativos, como em pesquisas quantitativas. A pesquisa ouviu, também, os dirigentes de partidos sobre o sistema de voto distritão – modelo pelo qual os mais votados serão os eleitores e fundo eleitoral.
Defensor do voto impresso, o presidente Jair Bolsonaro tem questionado o sistema de votação eletrônica, vem denunciando fraudes na urna, mas não conseguiu mostrar, com dados reais, eventuais irregularidades no modelo que adotado desde 1996 no Brasil. As declarações do presidente Bolsonaro acirraram ainda mais o debate e provocam duras reações entre líderes partidários.