O segundo semestre de 2021 promete ser o mais movimentado da atual legislatura na Assembleia Legislativa. O ambiente será marcado pela tensão e pelo acirramento não apenas nos caminhos que levam às eleições de 2022, mas, especialmente, com o funcionamento da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) criada para investigar a origem e o destino dos recursos administrados pelas associações de policiais militares e militares do Corpo de Bombeiros.
Um dos primeiros embates nessa agenda é a definição, pela Mesa Diretora, dos membros que irão compor a CPI. Caberá aos líderes de bancadas a indicação, nesta terça-feira, dos 9 titulares e 9 suplentes que irão fazer parte da Comissão Parlamentar de Inquérito.
A composição é feita de forma proporcional ao número de representantes de cada bancada. Após definidos os titulares e suplentes, a CPI terá três dias para escolher o Presidente, o Vice-presidente e o Relator. A partir dessa escolha, será marcada a primeira reunião para definição de uma agenda de depoimentos e coleta de documentos sobre o objeto da investigação.
Com maior número de deputados estaduais, o PDT deverá ficar com os dois cargos mais importantes do colegiado – presidência e relatoria. A CPI foi pedida pelo deputado Romeu Aldigueri (PDT) e terá 120 dias para apresentar um relatório sobre a existência ou não de irregularidades no volume de verbas movimentado pelas entidades que congregam os policiais militares e bombeiros do Ceará. As suspeitas sobre irregularidades surgiram durante a greve dos policiais militares em 2019.
CORRIDA ELEITORAL DE 2022
Os bastidores da Assembleia Legislativa dão indicativo de acirramento e novos conflitos entre integrantes da base de apoio ao Governador Camilo Santana (PT) e os opositores ao Palácio da Abolição que seguem a orientação do deputado federal Capitão Wagner (PROS).
Os opositores enxergam na CPI uma tentativa de retaliação às entidades dos policiais, enquanto, entre os governistas, a transparência é essencial quanto ao volume de dinheiro que passa pelos cofres das associações dos membros da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros.
As investigações serão realizadas em meio à movimentação com vistas às eleições de 2022. De um lado, o Governador Camilo Santana na briga para eleger o sucessor e, na oposição, as articulações para a montagem do palanque do candidato ao Governo a ser apoiado pelo presidente Bolsonaro. Um dos nomes que surgem nessa articulação é do Capitão Wagner, que está em pré-campanha ao Palácio da Abolição.