O grupo de partidos aliados ao Palácio do Planalto, que leva a denominação de ‘Centrão,’ ganhou a queda de braço ao conseguir, nesta quinta-feira, trocar o presidente do Banco do Nordeste, Romildo Rolim. A vitória é do Partido Liberal, uma das siglas que integram o ‘Centrão’ e tem como presidente o ex-deputado federal Valdemar Costa Neto. O cargo passa a ser ocupado interinamente pelo Diretor de Negócios, Anderson Possa.

A troca de comando no Banco do Nordeste entrou no noticiário nacional a partir de denúncias feitas pelo ex-deputado Valdemar Costa Neto sobre possíveis irregularidades em um contrato de gerenciamento do microcrédito. O contrato foi o estopim que retrata, mais uma vez, a cobiça e disputa política pelo comando da mais valiosa instituição do Governo Federal na Região.

Se os políticos estão de olho no poder que o Banco do Nordeste proporciona no ano que antecede à disputa das eleições de 2022, por trás da briga está o mercado financeiro que volta os olhos para a carteira de crédito da instituição – a maior do País, com R$ 30 bilhões para fomentar negócios de pequenos empreendedores. O valor médio dos empréstimos é de R$ 2,7 mil.

O presidente da Executiva Nacional do PL, ex-deputado federal Valdemar Costa Neto, levantou suspeição sobre o contrato de R$ 583 milhões com o Instituto Nordeste Cidadania (Inec), uma organização da sociedade civil de interesse público (Oscip).

A denúncia de eventuais irregularidades na gerência do microcrédito vai muito além da questão ideológica e passa, principalmente, pelo cargo que representa a direção do BNB no contexto político e, especialmente, do crédito. As informações de bastidores do Passaré apontam que o Banco do Nordeste tem uma carteira de microcrédito avaliada internamente em R$ 30 bilhões.