Morador de Rua. Mendigo. Sem Teto.

Uma terra sem lei. É como se encontra, hoje, o principal cartão postal do Centro de Fortaleza – a Praça do Ferreira. O local está entregue literalmente à pessoas sem teto que fazem dos bancos das praças e os poucos locais à sombra, seus locais de moradia. Visitar o local, a qualquer hora tornou-se um desafio. Os frequentadores do Cineteatro São Luiz, são avisados pelos trabalhadores locais que não permaneçam por muito tempo na praça, após sessões de cinema ou espetáculos, devido os riscos de assaltos. A situação se arrasta há pelo menos quatro anos.

Os sem-teto, usam as árvores para pendurar pertences e os bancos são transformados em camas. A fonte do relógio se tornou lavanderia e local para banho. A situação está afastando populares e as lojas estão sofrendo com o prejuízo.

A situação da Praça do Ferreira, é apenas um ponto da desordem urbana do Centro da Capital. A Prefeitura prometeu investimentos de R$ 500 milhões para o local, mas até agora a promessa não saiu do papel.

Aposentados, que antes utilizavam a praça para colocar a conversa em dia com os amigos, lamentam a situação atual do logradouro. Eles não tem mais local para encontrarem-se já que os bancos foram marcados pelos “moradores”.

Segundo trabalhadores locais, os fiscais da Secretaria do Centro (Sercefor) coíbem todo comércio ambulante no equipamento, mas não fazem nada para coibir a presença dos sem tetos.

Segundo a Prefeitura,  já ocorreram tentativas para que os sem teto saíssem do local, mas eles ameaçaram os negociadores. Outro problema verificado é que diariamente, um grupo de voluntários, de boa fé, alimentam diariamente os sem-teto com o chamado “sopão” o que acaba atraindo mais pessoas para permanecer no local. Há denuncias ainda que alguns “moradores”da  Praça do Ferreira utilizam drogas e fazem sexo a frente de todos, sem nenhum pudor.

Na Prefeitura, as secretárias jogam de uma para outra a responsabilidade pada resolver a situação. A secretaria do Centro (Sercefor) diz que a responsabilidade é da Secretaria de Trabalho, Desenvolvimento Social e Combate à Fome (Setras), e esta, por sua vez, diz que não tem poder de retirar quem quer que seja de lugar público.