Mais do que um esporte, o kitesurfe tem se consolidado como um importante vetor econômico para o turismo no Ceará. Tanto que 1º de agosto foi instituído como o Dia do Kitesurfe e do Kitesurfista no estado, conforme a Lei estadual nº 16.586, de 5 de julho de 2018.

Ao longo da última década, a modalidade impulsionou a infraestrutura turística local. Pequenas vilas de pescadores se transformaram em destinos internacionais atraindo visitantes de todas as partes do mundo em busca das condições ideais para prática que se intensifica no segundo semestre, quando ocorre a “temporada dos ventos”.

Só no último ano, cerca de 226 mil turistas visitaram o Ceará interessados em esportes e aventuras. Desse total, 60% apontaram o kitesurfe como principal motivação. Isso significa dizer que a modalidade atrai 6 a cada 10 turistas deste segmento, o que posiciona o estado entre os destinos mais buscados por atletas e amadores. Os dados são da Secretaria do Turismo (Setur), que realizou um estudo buscando compreender os impactos econômicos e sociais da atividade, além da ligação com o turismo.

“O Ceará é um estado que concentra excelentes condições de ventos para prática do kitesurfe e possui uma infraestrutura capaz de receber desde atletas de alto nível até pessoas interessadas em iniciar a prática. A relevância dessa modalidade para o turismo é imensa, por isso seguiremos acreditando e promovendo cada vez mais o estado com esse objetivo. O kite atrai turistas de várias partes do mundo, assim como também grandes investimentos, o que contribui para fomentar um ciclo virtuosos de desenvolvimento econômico”, avalia a secretária do Turismo do Ceará, Yrwana Albuquerque.

O setor é beneficiado em diversos aspectos com a vinda de turistas interessados na modalidade, destacando-se o aumento da demanda por serviços como hospedagens, transporte e alimentação; incentivo ao empreendedorismo local, já que muitos moradores iniciam seus negócios voltados para atender a demanda dos kitesurfistas, abrindo lojas especializadas em venda e aluguel de equipamentos ou escolinhas que oferecem aulas; além da infraestrutura local e a valorização imobiliária.

Perfil desse turista

Além dos próprios cearenses, nordestinos e paulistas, mais da metade dos turistas que vêm ao estado para praticar kitesurfe são estrangeiros. A França se destaca como o principal mercado emissor, seguido pela Argentina, Portugal e Itália. O tempo médio de permanência desse atleta internacional é de 12 dias no Ceará, com um gasto médio diário de R$ 7.312,00. Cerca de 30% desse valor é direcionado a aquisição de novos produtos para o velejo, por exemplo.

Kitesurfe na Olimpíada de Paris

A inclusão do kitesurfe como modalidade olímpica abre novas oportunidades para o Ceará. Isso porque, como esporte olímpico, a expectativa é que cresça a sua popularidade. Desta forma, mais pessoas se interessarão, buscando destinos para praticar ou aprender.

Diante dessa oportunidade, o Governo do Ceará, por meio da Setur, está promovendo os destinos litorâneos em Paris. A ação ocorre na Casa Brasil, espaço parisiense que conta com o patrocínio da Embratur e do Sebrae.

No estande do Estado, os turistas estão tendo a oportunidade de conhecer mais da infraestrutura e opções de locais para vejelo no destino, com destaque para as praias do Cumbuco, Jericoacoara, Icaraizinho de Amontada e Canoa Quebrada.

A ação também é impulsionada pelo incremento anunciado pela AirFrance para o Ceará. A companhia aérea vai ofertar mais dois voos conectando Paris à capital do cearense, a partir de outubro. Com essa iniciativa, serão cinco frequências semanais para o destino. Na Europa, o estado também conta com nove voos para Portugal, operados pela TAP.