A insuficiência cardíaca – também chamada de doença do coração fraco – é considerada a via final decorrente de diversas agressões ao coração. Ela é caracterizada pela incapacidade do coração de bombear adequadamente o sangue para o resto do corpo, comprometendo o funcionamento do organismo. Para suprir essa necessidade, o coração começa a se esforçar e a trabalhar cada vez mais, podendo levar a dilatação do coração , piorando ainda mais o funcionamento cardíaco.
Trata-se de uma doença séria com origem em diversas causas, sendo as principais delas o infarto e a pressão alta. Pelo fato dos pacientes não a reconhecerem como uma doença crônica e hesitarem em aderir ao tratamento, ela causa morte súbita ou progressiva pela evolução da doença. Porém, com o poder do compartilhamento de informação e um diagnóstico prematuro é possível reverter e melhorar a qualidade de vida dos pacientes, afirma Marlene Oliveira, presidente e fundadora do Instituto Lado a Lado pela Vida.
Para discutir o assunto e levar informação para a população, a Folha de S. Paulo realizará nesta segunda-feira, dia 25 de março, o 1° Seminário Coração Fraco. O evento é gratuito e conta com o patrocínio da farmacêutica Novartis e apoio do Instituto Lado a Lado pela Vida e Rebric (Rede Brasileira de Insuficiência Cardíaca). Além da presença de médicos especialistas, o encontro terá a participação de associações e pacientes que debaterão o assunto sob diversos ângulos.
Para Marlene, palestrante do Seminário, o tema pede atenção porque, mesmo sendo mais letal do que certos tipos de câncer, cerca de 62% da população desconhece a insuficiência cardíaca, de acordo com uma pesquisa realizada pela Ipsos a pedido da Novartis. “Sem conhecimento, a população tende a continuar cometendo os excessos de sempre sobre o coração, causando ainda um grande impacto econômico no setor da saúde”, reflete a empreendedora social.
Dados alarmantes sobre a Insuficiência cardíaca
São diversos fatores que podem levar a pessoa a ter insuficiência cardíaca: hipertensão arterial, doença arterial coronariana (levando ao infarto do miocárdio), dislipidemias e diabetes. Além desses, há os fatores de risco não modificáveis, como idade, sexo e composição genética, e os comportamentais como tabagismo, alimentação inadequada (altamente calórica e hipoproteica) e inatividade física. Todos esses fatores de risco, em conjunto, expõem a população à IC
Pela incapacidade do coração em se contrair e/ou relaxar adequadamente, existe um acúmulo progressivo de líquidos nos pulmões podendo se refletir em intolerância ao exercício, falta de ar ao deitar e tosse seca. A incapacidade de manter o fluxo de sangue adequado no restante do organismo pode levar a outros sintomas como fraqueza , astenia, inchaço nas pernas e abdome.
O número de indivíduos que morrem de insuficiência quando chegam ao hospital no Brasil é duas vezes mais alto do que nos Estados Unidos e três vezes mais elevado em relação à Europa. “Infelizmente é frequente que o paciente só chegue ao médico quando o problema já está avançado o que reduz as chances de sucesso do tratamento”, afirma Dra. Ariane Macedo, cardiologista e membro do comitê científico do Instituto Lado a Lado pela Vida.
Ela completa que, com o envelhecimento da população, nos próximos 15 anos, haverá mais 2 milhões de brasileiros com insuficiência cardíaca , uma vez que a idade é um fator de risco para a doença.