A fila de pedidos de benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social que estão em atraso é cada vez maior. Milhares de cearenses esperam a concessão dos benefícios e estão sem resposta há meses. Para reforçar o atendimento nas agências, o governo pretende contratar temporariamente cerca de 7 mil militares da reserva e reduzir o estoque de pedidos em atraso. O anúncio foi feito nessa terça-feira, pelo secretário especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Rogério Marinho, que prometeu que o estoque de processos acumulados caia para próximo de zero até o fim de setembro.
A contratação dos militares será voluntária, sem haver convocação. Eles serão treinados em fevereiro e em março, devendo começar a trabalhar nos postos em abril, recebendo adicional de 30% na reserva remunerada. A medida custará R$ 14,5 milhões por mês ao governo, mas o custo deve ser compensado pela diminuição da correção monetária paga nos benefícios concedidos além do prazo máximo de 45 dias depois do pedido.
Paralelamente, cerca de 2.500 funcionários do INSS que hoje trabalham no atendimento presencial serão remanejados para reforçar a análise dos processos.
Além disso, o governo adotará outras medidas como dar prioridade às perícias médicas de 1.500 funcionários do INSS afastados por problemas de saúde. Com isso, a expectativa é que cerca de dois terços dos servidores (cerca de 1 mil funcionários) voltem ao trabalho nos próximos meses. O INSS também pretende ampliar os convênios com o setor privado para que o setor de recursos humanos de empresas formalizem os pedidos de aposentadoria.
Com as medidas anunciadas, a redução nos processos em atraso deverá saltar para 160 mil por mês, permitindo a redução a quase zero dos pedidos com mais de 45 dias de atraso até o fim de setembro.
O principal fator que provocou o aumento da fila de atendimento do INSS foi a automatização dos pedidos de benefício. Em maio de 2018, com a inauguração da página Meu INSS, os pedidos dispararam. O número de requerimentos de aposentadorias, pensões, auxílios da Previdência Social e do Benefício de Prestação Continuada saltou de cerca de 715 mil por mês no início de 2018 para 988 mil mensais atualmente.