A Escola de Saúde Pública do Ceará Paulo Marcelo Martins Rodrigues (ESP/CE) abriu 80 novas vagas em residência médica. A previsão é de que os médicos residentes que participaram do edital de seleção da Residência Médica 2021 comecem a atuar nas macrorregiões do Cariri, Norte e Sertão Central já em março deste ano.

Atualmente, as cidades de Juazeiro do Norte, Iguatu e Caucaia contam com programa de residência médica. Além dessas localidades, deverão ser incorporados ao programa os municípios de Sobral, Itapipoca, Icapuí, Limoeiro do Norte, Quixeramobim e Barbalha.

Lançado em dezembro de 2020, o programa vai promover a integração ensino-serviço alinhada à regionalização das redes de atenção do Estado. O projeto foi aprovado pela Comissão Nacional de Residência Médica do Ministério da Educação (MEC) e realizará a formação de profissionais que fortalecerão a rede de atenção a partir das suas necessidades regionais.

Para a diretora de Pós-Graduação em Saúde da ESP/CE, Olívia Bessa, o grande potencial da iniciativa é a descentralização na formação de novos médicos especialistas considerando as necessidades regionais do Estado.

“A grande dificuldade de se regionalizar não é apenas a ampliação de estruturas e equipamentos, e sim ter médicos especialistas nesses hospitais. Vamos tentar, com essa iniciativa, resolver a questão da falta de profissionais, criando um sistema regionalizado de oferta de programas de residências, com preceptores capacitados, estrutura de formação em serviço e desenvolvimento de competências profissionais focadas nos sistemas de saúde para essas regiões”, pontua.

De acordo com a supervisora do Centro de Residência em Saúde (Ceres) da ESP/CE, Alciléa Carvalho, o programa é uma importante ferramenta que fomentará a integração entre ensino e serviço no campo da saúde.

“A residência traz esse diferencial de mudar a forma como os serviços realizam e ofertam suas práticas. E isso já é um movimento muito potente”, destaca.

O médico Leonardo Miranda é supervisor na preceptoria do programa de residência em clínica médica do Hospital Regional do Sertão Central (HRSC-ESP/CE) e reforça a ideia do Ampliares enquanto estratégia de fomento na formação de novos médicos no interior do Estado.

“Agregará ainda mais qualidade à assistência aos nossos pacientes e será responsável por formação de profissionais cada vez mais capacitados, não somente em termos técnicos da prática médica, mas também com uma visão de gestão e humanização dentro de uma rede bastante integrada de saúde”, explica.

Histórico

O processo de autorização das vagas de residência foi iniciado em agosto de 2020. Em outubro do mesmo ano, o Ampliares recebeu parecer positivo da Comissão Estadual de Residência Médica e da Câmara Técnica da Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM).

Chegado o momento de execução do projeto, Olivia Bessa ressalta a proposta de incremento progressivo do programa por meio da abertura de novas vagas e especialidades médicas ao longo do ano.

“Esse é um programa que não se encerra aqui. Pensamos em fazer um monitoramento do processo de implantação dessas residências e as necessidades que venham a surgir. Sempre na intenção de qualificar a rede de atenção e a formação da força de trabalho de acordo com as necessidades das Regiões de Saúde do estado”, projeta.