O resultado do laudo com o monitoramento feito pelos técnicos da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) sobre o incêndio na Unidade 2 da Vale Fertilizantes, em Cubatão, Baixada Santista, sai na próxima segunda-feira (9). Dados iniciais do monitoramento não apontaram alteração nos rios, mas indicaram que a água usada para apagar o incêndio pode ter gerado contaminação.

O incêndio ocorreu na quinta-feira (5) após a explosão em uma correia transportadora que alimenta o armazém da unidade de nitrato de amônia. Um dos tanques da empresa explodiu, provocando um grande vazamento de nitrato de amônia. A fumaça emitida, resultado da queima de nitrato, de cor laranja avermelhada, era tóxica.

O Ministério Público Federal instaurou inquérito para investigar o incêndio e o vazamento dos produtos químicos. O órgão considerou urgente a investigação das causas e a extensão dos prejuízos, já que o acidente expôs a saúde da população local e dos trabalhadores da região, além dos danos ao meio ambiente.

De acordo com a Cetesb, o galpão de armazenagem de nitrato de amônio que pegou fogo estava com 10 mil toneladas do produto no momento do incêndio, menos que a capacidade total de 35 mil toneladas.

Monitoramento

A equipe da Cetesb avalia se o lançamento de efluente líquido (resíduos descartados após o processo industrial) da empresa no rio Mogi e no córrego do Índio provocou mortandade de peixes. O levantamento inicial não mostrou danos, porque o volume despejado, segundo a Cetesb, foi pequeno. Os efluentes foram contidos em uma lagoa de equalização do sistema de tratamento.

Entretanto, a água usada pelo Corpo de Bombeiros no combate às chamas vazou para o sistema de tratamento e para a Lagoa Pulmão, o que pode ter gerado contaminação. A Cetesb não constatou alteração de vazão e característica da qualidade da água no córrego afluente do rio Mogi, mas foi feita coleta para análise de alguns parâmetros.

Multa

A Agência de Cubatão da Cetesb suspendeu a licença ambiental de operação para a unidade afetada da Vale, que deverá ser reformada para voltar a funcionar. Além disso, está sendo calculado o valor da multa à Vale, que deve ser aumentado pelo fato de a empresa ser reincidente.

Em janeiro de 2015, a Vale foi multada em R$ 70 mil na Unidade 3, em Cubatão, por emissão de dióxido de enxofre. Em setembro do ano passado, recebeu multa de R$ 250 mil por lançamento de efluente contaminado com amoníaco na Unidade 1, também em Cubatão.