Um novo relatório da CGU (Controladoria-Geral da União) aponta fortes indícios de irregularidades no pagamento do auxílio emergencial de 2020 que podem representar um rombo de R$ 808,9 milhões aos cofres do Governo Federal. Desse total de recursos, conforme o levantamento, R$ 44,4 milhões foram devolvidos ou estornados aos cofres da União
A auditoria identificou o depósito de cerca de 2,7 milhões de parcelas para pessoas que não se enquadravam nos critérios para o recebimento do benefício. Foram analisados, de acordo com técnicos da CGU, os desembolsos de parcelas de R$ 300 do auxílio a partir do mês de setembro de 2020.
De acordo com o relatório, 1,8 milhão de pessoas receberam as parcelas indevidamente — o que representa 3,2% do total de 57,2 milhões dos beneficiários. O cruzamento de dados mostra, ainda, que a CGU identificou pessoas com direito ao benefício, mas que deixaram de receber alguma das parcelas em 2020.
RESIDENTES NO EXTERIOR, PRESOS E EMPREGADOS
A lista de pagamentos indevidos tem 15.751 beneficiários com indicativo de óbito; 239.773 beneficiários com renda familiar mensal em desacordo com os critérios de elegibilidade e de continuidade para o recebimento do benefício; 821.991 beneficiários com vínculo empregatício formal ativo registrado na GFIP (Guia de Recolhimento do FGTS e de Informações à Previdência Social).
O relatório aponta, ainda, que 16.680 pessoas que moram no exterior e 38.282 presos em regime fechado também, foram contemplados, de forma indevida, com o auxílio emergencial. Com base nas informações levantadas, a CGU constatou inconsistências em dados cadastrais do Ministério da Cidadania e sugeriu medidas para correção das distorções e “adoção das providências necessárias e pertinentes para as cobranças devidas”.