Os casos de febre chikungunya no Estado em 2017 chamam atenção pela alta incidência, especialmente na capital cearense. A cidade passou das 21 mil ocorrências confirmadas da doença no mês de abril para 47.929 até 18 de agosto último, além de outras 6.353 que estão sendo investigadas, segundo informações do último boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS). A estratégia de combate para o segundo semestre, segundo a pasta, envolve uma operação em mais de vinte bairros considerados críticos.
Os adultos continuam sendo as maiores vítimas. De acordo com o boletim semanal, 68% dos casos atingiram pessoas entre 20 e 59 anos de idade, 5% crianças de zero a nove anos, 11,5% os adolescentes de 10 a 19 anos e 15,5% a população acima dos 60 anos. É entre os idosos, no entanto, que se encontram as maiores vítimas fatais. Dos 119 óbitos suspeitos pela arbovirose, 83,2% (99) foi registrado em pessoas acima dos 60 anos. Entre as mortes já confirmadas este ano em Fortaleza, 56 no total, 43 foram de pessoas acima dos 70 anos.
A atuação do poder público neste 2º semestre, no que diz respeito o combate ao vetor da doença, o mosquito Aedes aegypti, se baseia na distribuição territorial dos casos. Chama atenção a disparidade das ocorrências entre os bairros da Capital. O levantamento da SMS aponta o maior número de casos confirmados na Secretaria Regional V, 11.830 no total, o que corresponde a 24,75% das ocorrências de toda a cidade.
O Bom Jardim reuniu a maior incidência, com 2.825 pessoas doentes esse ano. No total, 71 bairros registraram incidência acima dos 1.200 casos por cada grupo de 100 mil habitantes, considerado o nível mais preocupante. Conforme ressalta o gerente da Célula de Vigilância Ambiental e Riscos Biológicos da SMS, Atualpa Soares, as ações diferem de acordo com o período do ano.
Neste segundo semestre é possível trabalhar de forma mais articulada em localidades específicas, como diz ele, ao contrário dos primeiros meses do ano, quando as ações são mais emergenciais em virtude da quadra chuvosa e da grande proliferação de mosquitos. Até dezembro deste ano, afirma Soares, serão realizados mutirões preventivos em locais mapeados pela Prefeitura de Fortaleza.