Na contagem regressiva das horas para se desincompatibilizar do cargo de secretario para Assuntos Internacionais do Governo do Ceara, Antônio Balhmann revela que pelo menos outras três empresas chinesas, além da já confirmada Qingdao Xinyutian Chemical, devem se associar ao projeto da refinaria no Pecém. Mesmo sem declinar nomes, Balhmann afirma que uma deve fazer a planta da unidade de refino, enquanto as outras duas empresas vão se dividir no desenvolvimento da engenharia e da construção de três usinas térmicas de 300 megawatts (MW) que serão instaladas na própria unidade de refino. Não está claro a participação acionária de cada uma delas no projeto do complexo petroquímico.  Uma nova agenda com os representantes das empresas está sendo definida para, então, avançar na assinatura do memorando de intenções. Mas nessa etapa, Balhmann estará de volta ao seu mandato de deputado federal, em Brasília, e ainda não se sabe se terá função em novas tratativas.

 Termos do acordo

O governo cearense prevê, inicialmente, que deve ter participação de 10% do negócio, relativo ao valor do terreno onde será construída a refinaria, mas que pode vender no futuro. O acerto da parceria do Estado no empreendimento se deu na assinatura do memorando de entendimento com o Banco de Desenvolvimento da China, em dezembro de 2017. Pelos termos do acordo, US$ 4 bilhões serão destinados à primeira fase da refinaria, enquanto que US$ 500 milhões vão para a construção de um novo terminal petroleiro ou a expansão do Terminal de Múltiplas Utilidades (Tmut) do Porto do Pecém. Já mais US$ 4 bilhões serão destinados para a segunda fase da refinaria e outros US$ 3 bilhões para a construção de uma indústria petroquímica.

Cegás

A Cegás registrou aumento de 16,69% nas vendas de gás natural em 2017. O volume comercializado passou de 1.360.162 m³/dia em 2016 para 1.587.152 m³/dia em 2017. O segmento térmico puxou o crescimento, com a captação de novos clientes como a Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP). Segundo o balanço da companhia, quando excluído o consumo de gás natural pelo segmento termoelétrico, o volume médio de gás comercializado pela Cegás para todos os demais segmentos foi de 458.872 m³/dia, o que corresponde a um aumento nas vendas de aproximadamente 3,19% em relação a 2016 (444.705 m³/dia). No segmento termoelétrico, a Cegás apresentou, em 2017, um volume médio diário de gás comercializado de 1.128.280 m³/dia, alta de 23,25%, em relação a 2016. Segundo Figueiredo, o resultado é reflexo dos despachos feitos pelos Operador Nacional do Sistema Elétrico.

Outra parceria

Como uma empresa de economia mista controlada pelo Estado, a Cegás possui ainda mais dois acionistas. O governo tem 51% das ações ordinárias. Já a Gaspetro (empresa da Petrobras) e a Mitsui Gás (companhia japonesa) possuem 49% das ações. Além desses parceiros, a companhia está prospectando uma unidade de regaseificação em terra no Porto do Pecém e já existe negociação aberta com os coreanos da Kogas. A vantagem para a Cegás é que com esta unidade em terra podemos transportar o gás natural liquefeito para o Interior através de trens ou de carretas, trazendo mais competitividade e desenvolvimento para o Ceará.

 Leilão de usinas

Três projetos de usinas termelétricas a gás, todos na área do Complexo Industrial e Portuário do Pecém, estão no foco de interesses de empresas que estão disputando o leilão de energia A-4, a ser realizado nessa quarta-feira, 4. Um dos projetos será da Eneva e outro da Enel, ambos de ampliação de suas usinas, e um do Grupo Ponte Nova, que terá investimento de US$ 1 bi em uma planta que gerará 1,3 GW. Com esse leilão, o Ceará ampliará sua posição de exportador de energia. Expectativa e que pelo menos um dos três projetos que disputarão o leilão terá sucesso, o que garantirá fornecimento de energia elétrica às empresas do Complexo Industrial do Pecém, incluídas as da ZPE, que será visitada sábado por empresários do Japão.