O senador Cid Gomes (PDT) manifestou preocupação com a ameaça real de endividamento dos beneficiários do Auxílio Brasil a partir da contratação de empréstimos consignados. Cid alertou que a possibilidade de realização desse tipo de operação financeira, com uma parcela da renda do novo Bolsa-Família, pode deixar os brasileiros ainda mais endividados.
O Auxílio Brasil é a nova denominação para o Bolsa Família, que, hoje, tem, pelo menos, 14 milhões de pessoas contempladas. As novas regras do Auxílio Brasil estão em uma Medida Provisória enviada pelo Executivo ao Congresso Nacional. Cid Gomes destacou a importância do programa social para abrigar as famílias mais pobres, mas faz restrição à permissão do uso de parte da renda para o pagamento de empréstimos consignados com juros, segundo ele, extorsivos.
“Por trás desse financiamento tem um juro extorsivo, que acaba fazendo com que as pessoas se endividem ainda mais e aquele financiamento acabe funcionando como um benefício ao contrário. O empréstimo passa a ser responsável pelo início de um processo de endividamento e essas coisas viram uma bola de neve. Portanto, o financiamento para consumo deve ser visto com ressalta”, alertou o senador cearense.
O empréstimo consignado, segundo Cid Gomes, ‘’poderia ser utilizado apenas em casos que fossem melhorar as condições de vida das famílias ou até mesmo trazer retorno financeiro a médio e longo prazos, como na compra de uma máquina de costura ou de fabricação de sorvete’’.
Além da restrição ao uso do dinheiro para consignados, Cid criticou, também, a lentidão do Governo Federal para adotar medidas mais concretas e definitivas para ajuda aos brasileiros. “Qualquer benefício que ajude a população mais pobre tem que ser visto com simpatia e boa-vontade, mas por que só agora, por que não foram feitas há mais tempo e já não estão em vigor?”, questiona Cid.
Para Cid Gomes, a lentidão nessas mudanças é uma tentativa de fazer a população mais pobre se sentir devedora. “Isso não é uma dádiva, na verdade é uma dívida que os governos e a sociedade brasileira têm com a população mais pobre do País”, observou o pedetista.