O senador Cid Gomes abre caminhos para se filiar ao PT e pode acelerar essa mudança de legenda ainda em 2023. Cid revelou ao Jornal O Globo que, nos próximos dias, estará com o presidente Lula para discutir a troca de partido.

‘’Vou procurar o Presidente Lula na próxima semana para conversarmos’’, revela Cid, que integra o grupo político liderado pelo Ministro da Educação, Camilo Santana.

Camilo declarou, nessa sexta-feira, que as portas do PT estão abertas para o senador pedetista.
As declarações de Camilo Santana não representam apenas o tapete vermelho do PT estendido para Cid, mas indicam, também, a ampliação de portas para o senador pedetista chegar mais perto do Palácio do Planalto.

‘’Eu estive com o presidente Lula esta semana, e ele me pediu para fazer o convite ao senador Cid, que as portas do partido estão abertas caso ele queira se filiar ao PT’’, relata Camilo Santana, em um gesto de retribuição à lealdade de Cid Gomes ao atual projeto político e administrativo do Estado do Ceará.

ALIANÇA E HARMONIA

Camilo e Cid estão unidos desde as eleições de 2006 quando o hoje pedetista conquistou o Governo do Estado.

Ao longo da gestão de Cid Gomes, Camilo ocupou as Secretarias de Cidades e do Desenvolvimento Agrário e, em 2014, foi escolhido candidato ao Palácio da Abolição em uma ampla aliança liderada pelo PT e PDT.

Camilo se reelegeu em 2018 e, nas eleições de 2022, o PDT rompeu a aliança com o PT, mas Cid apoiou à candidatura do petista ao Senado.

A eleição de 2022 ficou marcada pelo distanciamento de Cid com o PDT. Ele rejeitou a candidatura do ex-prefeito Roberto Cláudio ao Palácio da Abolição e, no início do novo ciclo administrativo estadual, defendeu o apoio do PDT ao Governo Elmano, contrariando a orientação do irmão, Ciro.

A crise no PDT se aprofundou e o partido perdeu no Ceará 43 prefeitos, enquanto 10 deputados estaduais e quatro deputados federais receberam carta de anuência para deixar a sigla.
Sem ambiente no PDT, Cid Gomes passou a construir um novo caminho partidário sintonizado com o Ministro da Educação, Camilo Santana.